A vacinação está adiantada, os números da Covid-19 estagnaram em patamar baixo, o clima nas ruas é de volta à normalidade. Mas quando, de fato, Blumenau poderá comemorar o fim da pandemia de Covid-19? Isso provavelmente não vai acontecer, segundo especialistas. O coronavírus veio para ficar. Mas parte das restrições com as quais convivemos há um ano e meio poderão ser levantadas entre o fim deste ano e o início do próximo. O uso de máscaras em ambientes abertos, inclusive.
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A sensação de que a vida voltou ao normal, já percebida nos estádios de futebol e no retorno dos eventos com público, ficará cada vez mais presente. Tanto o infectologista Amaury Mielle quanto o epidemiologista Ricardo Freitas acreditam que as condições para liberar a população do uso de máscaras ao ar livre estão dadas. O problema é que o recado pode ser mal compreendido pela população. Em ambientes internos, a proteção continuará sendo imprescindível por muitos meses.
— Não dá para ficar cantando vitória antes do tempo. Temos que estar otimistas, mas com os pés no chão — alerta Mielle.
Para Freitas, o risco de uma nova onda de Covid-19 em Santa Catarina é baixa. Blumenau vacinou 260 mil pessoas com a primeira dose, 89% da população com mais de 12 anos — 62% (180 mil) já receberam a segunda ou dose única. A vacina eleva a proteção coletiva contra o vírus e as infecções que ocorrem são menos graves. Acabou o risco de faltar leito de UTI ou profissionais de saúde nos hospitais. Mas o contágio de não vacinados e de pessoas vulneráveis ao vírus continua sendo perigoso.
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— Acredito que em dezembro a gente possa estar tendo uma situação mais confortável para a população em se tratando de isolamento, distanciamento e uso de máscaras — prevê.
Mielle defende cautela e atenção aos impactos das flexibilizações. Países como Israel e Reino Unido, que liberaram máscaras e permitiram aglomerações tão logo as vacinas começaram a surtir efeito, tiveram de voltar atrás porque a variante Delta espalhou-se rápido. No Brasil, o avanço da vacinação e a concorrência da Delta com a variante P1, que predominou na pior onda da pandemia, em março, proporcionam cenário diferente.
— A parte boa é que a gente não tem tido variantes, existe um controle na maior parte dos países, sem o vírus circulando livremente e gerando mutações — avalia Mielle.
Outra boa notícia é o desenvolvimento de medicamentos antivirais específicos (e eficazes) para combater o Sars-Cov-2. Um deles já está próximo de receber aprovação nos Estados Unidos. Outros dois tendem a obter autorização no próximo ano. Os remédios permitiram tratar os doentes em surtos localizados, de uma vez por todas equiparando a Covid-19 a uma gripe.
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Fim da pandemia
Uma cidade, sozinha, não poderá comemorar o fim da pandemia. Nem o país. Um problema global só será vencido quando todos os continentes estiverem livres da contaminação. Aí, sim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinará o fim da crise sanitária.
— A coisa mais fácil é entrar numa pandemia, a mais difícil é sair dela. Esse vírus aí é malandro, quando a gente acha que conhece ele, descobre que ainda não sabe muita coisa — projeta Freitas.
Ou seja, em outubro de 2021, malandro é quem continua se cuidando.
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