Há um ano, Furb e prefeitura de Blumenau abriram negociações para criar um novo modelo de monitoramento de enchentes do Itajaí-Açu. Defesa Civil e especialistas da universidade chegaram a um desenho técnico do projeto em poucas semanas. Pela proposta, o Centro de Operações do Sistema de Alerta do Vale do Itajaí (Ceops) vai transferir ao Alertablu a estrutura existente e o conhecimento acumulado durante décadas. Mas a iniciativa emperrou na burocracia.
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Depois do acerto técnico, começou a formatação jurídica do acordo. Furb e prefeitura vêm trocando ofícios sobre o assunto desde então. A universidade apresentou uma proposta em meados do ano passado. A procuradoria do município pediu que ela fosse detalhada. Então uma comissão da Furb fez uma avaliação formal do patrimônio: estruturas em alvenaria que abrigam 17 estações telemétricas espalhadas pelo Vale do Itajaí (a maioria desativadas) e os equipamentos ainda em condições de uso. A proposta também prevê uma consultoria a ser prestada pelos professores do Ceops.
De acordo com o chefe de gabinete da reitoria da Furb, Germano Gehrke, a avaliação foi entregue em 13 de dezembro. A resposta da prefeitura chegou na última quarta-feira (2), solicitando mais documentos, como alvarás das construções em questão.
— Quem dita o ritmo dessa negociação é a prefeitura. Nós entregamos o que a prefeitura nos pede. A gente vai de novo se debruçar e, assim que estiver pronto, encaminhar tudo — avalia Gehrke.
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A prefeitura informou que a proposta de transferência do monitoramento de cheias para o Alertablu está em fase de análise de documentação. “Após finalizar toda esta etapa será definido junto à universidade o modelo de transição do serviço” disse, por meio de nota. Os valores do futuro convênio não foram informados até o momento.
Previsão de cheias
Pela ideia validada, o Ceops fornecerá um curso para capacitar os servidores do Alertablu a fazer os cálculos que projetam as cheias do rio. São os experientes professores da Furb que, baseados em dados de chuva e dos níveis de afluentes Vale acima, determinam quando o Itajaí-Açu poderá subir em Blumenau. Depois do curso, os especialistas ainda ficariam de prontidão, durante um período a ser negociado, para auxiliar os novos responsáveis pela tarefa.
Na prática, o Ceops deixará de existir porque “não há uma sucessão de pesquisadores”, segundo Gehrke. Os professores que desenvolveram o sistema aposentaram-se ou estão em vias de aposentar-se. Alguns já atuam como voluntários em caso de enchente.
Ou seja, a transição tem urgência.
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