Uma foto que circula em redes sociais inspirou um vereador de Blumenau a exigir que os trabalhadores da coleta de lixo sejam transportados numa estrutura de proteção, e não mais pendurados nos caminhões. Na imagem, dois coletores estão sentados em uma grade metálica acoplada ao veículo.
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Pela proposta do vereador Adriano Pereira (PT), todos os caminhões devem ter grades e assentos sob pena de multa diária de R$ 500. A ideia é que os funcionários da empresa Racli possam sentar-se durante as viagens, protegidos por uma célula de segurança.
— Acho algo digno para os trabalhadores — avaliou.
O projeto tem o mérito de levantar discussão sobre as condições de trabalho dos coletores de lixo. É incrível que, em 2021, ainda aceitemos trabalhadores dependurados e saltando no meio do trânsito. Tem de existir um sistema menos perigoso e degradante.
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Mas a efetivação da boa intenção esbarra em problemas. Não fica claro no texto se prefeitura ou a concessionária Racli seria responsável pela instalação e nem quem arcaria com os custos da melhoria — o vereador afirma que seria a Racli. Uma limitação que pode destinar o projeto ao arquivo já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde encontra-se agora.
Outra questão a resolver é onde encontrar o produto. Adriano Pereira anexou no projeto de lei, como exemplo a ser seguido, uma imagem salva direto do Whatsapp — o nome do arquivo denuncia a origem. A fotografia é do Espírito Santo, onde a tal célula de segurança foi inventada.
Conversei com o autor da ideia, o capixaba Jean Carlos Gomes Gonçalves. Um protótipo da estrutura chegou a ser testado no Rio de Janeiro, mas por enquanto nenhuma prefeitura comprou. Ele diz ter vários contatos em andamento e está esperançoso de que, depois do Carnaval, fechará os primeiros negócios.
— A célula que tem na foto é um protótipo, a gente já tem um desenho das novas, mais compactas — afirma o empreendedor.
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O parlamentar blumenauense não é o primeiro a animar-se com a imagem dos coletores de lixo. Vereadores de São Paulo e Manaus já haviam apresentado propostas semelhantes no ano passado. Nenhuma foi implementada até o momento.
De toda forma, a discussão é boa. Trabalhadores, Racli e Samae poderiam ser chamados a conversar e desenvolver uma solução conjunta, viável e, quem sabe, pioneira.
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