Gerou revolta no Alto Vale do Itajaí a publicação do edital para contratação de projetos da duplicação da BR-282, entre Lages e São Miguel do Oeste. A decisão de priorizar a rodovia do Oeste veio de Brasília, atropelando a superintendência estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). As lideranças da região que depende da BR-470 desconfiam de interferência política e estão cobrando explicações.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp.
Empresários e lideranças do Alto Vale reuniram-se na segunda-feira (26) no Conselho de Desenvolvimento Econômico de Rio do Sul (Codensul). As manifestações foram de indignação. O trecho da BR-470 ainda excluído da duplicação, de Indaial para cima, tem até cinco vezes mais movimento de veículos do que a BR-282, segundo números do próprio DNIT. Há mais de uma década o Alto Vale reivindica projetos de duplicação ou terceiras faixas nos pontos mais críticos, sem sucesso.
Dois meses atrás, numa reunião da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), o superintendente do DNIT-SC, Alysson Andrade, havia descartado projeto para duplicar a BR-282, sugerindo atuação em pontos críticos da rodovia para melhorar o fluxo.
— É revoltante, não tenho nem palavras para descrever. Deprimente, porque a gente sabe que não é uma decisão técnica. Claro, não em detrimento do Oeste, que também precisa, a gente sabe. Mas o próprio DNIT coloca que, em níveis de serviço, a 470 é prioritária — afirmou o presidente do Codensul, o empresário Eduardo Schroeder.
Continua depois da publicidade
Documentos do DNIT reunidos pelo Codensul apontam que só 11% dos 427 quilômetros de extensão do trecho licitado da BR-282 têm tráfego acima dos 11 mil veículos por dia, que indicaria a necessidade de duplicação. Na BR-470, todos os cerca de 90 quilômetros de Indaial a Trombudo Central superam esse volume de tráfego, incluindo o de cargas pesadas dentro de trechos urbanos, como em Apiúna e Rio do Sul.
Procurado pela coluna, o DNIT-SC confirmou que o projeto da BR-282 foi discutido diretamente em Brasília, sem participação da superintendência. O órgão também confirmou que não há projeto para contratação de novas melhorias no trecho do Alto Vale da BR-470.
O Codensul fez um pedido formal de informação ao DNIT e aguarda resposta. Segundo Schroeder, depois do primeiro turno da eleição o Alto Vale pretende cobrar posicionamento da bancada catarinense eleita e dos candidatos que estiverem na disputa de eventual segundo turno.
Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto no WhatsApp. Basta clicar aqui.
Leia também
Baixaria no debate da NSC abafa embates diretos entre favoritos
Nova praça no Centro de Blumenau ganha nome oficial
O trecho da BR-470 que é a “bola da vez” na obra de duplicação
Blumenau decreta punição a servidor que vender cortesia da Oktoberfest