O ano começou agitado na Câmara de Vereadores de Blumenau. A composição das comissões legislativas, por onde tramitam as propostas de lei antes de serem votadas em plenário, teve reviravolta e uma traição. Resultado: os principais cargos ficaram com vereadores não alinhados ao governo. Sinal de que o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), que participou da abertura do ano legislativo, terá mesmo mais trabalho na relação com os novos componentes da Casa.
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Numa manobra do grupo que se afirma independente do Executivo, o vereador Emmanuel Tuca Santos (Novo) aderiu ao bloco parlamentar liderado por Bruno Cunha (Cidadania), formando maioria com oito votos. Antes do início da sessão, ele havia assinado adesão a outro grupo, este governista, liderado por Alexandre Matias (PSDB).
Garantida a maioria, seguindo o regimento interno, o bloco dos independentes teve direito a indicar mais membros para as comissões, incluindo as de Constituição e Justiça (CCJ) e Finanças, as mais importantes da Casa. Consequentemente, elegeu os presidentes de quase todas — somente a de Educação ficou com a governista Cristiane Loureiro (Podemos). A derrota é sensível para o governo, que ainda corre o risco de ficar sem a possibilidade de tramitar projetos em regime urgentíssimo.
Emmanuel Tuca acabou premiado com a CCJ. Assim que a mudança de lado ficou evidente, Matias pediu a palavra e disparou contra o colega:
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— Na política, é comum não respeitarem a palavra, mas hoje presenciei nem mesmo a assinatura ser respeitada. É a comprovação de que a gente tem cada vez menos gente séria nessa Casa Legislativa.
Tuca não respondeu à crítica em público. A coluna não conseguiu contato com o parlamentar para comentar o assunto, mas a assessoria dele negou que tenha havido traição. O vereador do Novo teria assinado os documentos dos dois blocos parlamentares antes da sessão e feito a escolha durante a reunião, em plenário. A indicação para a presidência da CCJ, no grupo independente, teria pesado na decisão — Almir Vieira abriu mão do posto em favor de Tuca.
O próprio Almir Vieira solicitou a interrupção da sessão, minutos após o bloco governista entregar as oito assinaturas à Mesa Diretora. No retorno aos trabalhos, o bloco independente foi apresentado, também com oito assinaturas. Ato contínuo, Tuca foi ao microfone anunciar que retirava o nome do bloco liderado por Matias.

Também na primeira sessão do ano, o vereador Marcelo Lanzarin (Podemos) foi indicado líder do governo na Câmara. E a Mesa Diretora confirmou o retorno de todos os servidores e estagiários do Legislativo ao trabalho presencial.
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Comissões legislativas
Veja como ficou a composição das principais comissões.
Constituição, Legislação, Justiça e Redação Final
Presidente: Emmanuel Tuca Santos (Novo)
Vice: Bruno Cunha (Cidadania)
Relator: Almir Vieira (PP)
Integrantes: Jovino Cardoso (Solidariedade) e Alexandre Matias (PSDB).
Finanças, Orçamento, Tributação e Fiscalização
Presidente: Carlos Wagner (PSL)
Vice: Adriano Pereira (PT)
Relator: Ailton de Souza (PL)
Integrantes: Marcos da Rosa (DEM) e Gilson de Souza (Patriota)
Educação, Ciência, Comunicação, Cultura, Desporto, Saúde Pública e Assistência Social
Presidente: Cristiane Loureiro (Podemos)
Vice: Silmara Miguel (PSD)
Relator: Adriano Pereira (PT).
Transportes, Tecnologia, Informática, Obras Públicas, Urbanismo
Presidente: Bruno Cunha (Cidadania)
Vice: Carlos Wagner (PSL)
Relator: Marcelo Lanzarin (Podemos)
Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio
Presidente: Almir Vieira (PP)
Vice: Maurício Goll (PSDB)
Relatora: Silmara Miguel (PSD).
Defesa Civil
Presidente: Carlos Wagner (PSL)
Vice: Almir Vieira (PP)
Relator: Alexandre Matias (PSDB)
Integrantes: Maurício Goll (PSDB) e Adriano Pereira (PT)
Conselho de Ética
Presidente: Adriano Pereira (PT)
Vice: Bruno Cunha (Cidadania)
Relator: Marcelo Lanzarin (Podemos)
Integrantes: Alexandre Matias (PSDB) e Carlos Wagner (PSL).
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