Têm razão os moradores do Alto Vale do Itajaí em preocupar-se com o lançamento do edital para projetar a duplicação da BR-282, entre Lages e São Miguel do Oeste. O estranho furo na fila de obras rodoviárias em Santa Catarina, promovido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Brasília, pode significar décadas de atraso para a BR-470 no trecho acima de Indaial.

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A duplicação dos 73 quilômetros entre Navegantes e Indaial teve os primeiros projetos licitados em 2007. A ordem de serviço foi assinada em 2013, seis anos depois. A atual previsão (otimista) do governo federal é terminar os quatro lotes até 2025. Agora imagine quanto tempo demorariam as obras em mais de 400 quilômetros de BR-282.

Para 2023, o governo federal não tem orçamento para tocar sequer as obras já começadas: as duplicações da BR-470 (até Indaial) e da BR-280 (até Jaraguá do Sul), mais a reforma da BR-163, no Oeste. Os R$ 32 milhões a serem gastos em projetos para a BR-282 seriam muito bem-vindos nessas obras, que andam a passo de tartaruga.

Não custa lembrar: enquanto a duplicação da BR-101 estava sendo executada, até 2016, nenhuma outra rodovia catarinense conseguiu verbas relevantes de Brasília. São remotas as chances da BR-282 começar a ser duplicada pra valer com tantas frentes ativas.

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Obra gigantesca

Para se ter ideia, com 427 quilômetros de extensão, o trecho da BR-282 em licitação pelo DNIT supera os 350 quilômetros do trecho Sul da BR-101, entre Osório (RS) e Palhoça, trecho que levou mais de uma década para ser duplicado.

É difícil imaginar uma empreitada gigantesca dessas sendo bancada pelo governo federal, sem investimento privado. Vale a mesma reflexão para os 90 quilômetros de BR-470 até Trombudo Central.

Qualquer plano de concessão, entretanto, precisa dos projetos. E só a rodovia do Oeste está ingressando nesta fase.

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