A posse de Christiane Buerger como presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) trouxe sinais de uma atmosfera mais flexível e leve na entidade. A primeira mulher a comandar a mais antiga organização empresarial de Santa Catarina assumiu o cargo, segunda-feira (29), numa cerimônia marcada por quebras de protocolo e emoção no Teatro Carlos Gomes. Momentos incomuns para um fórum tradicionalmente sisudo e masculino.
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Diferente de ocasiões anteriores, o foco da solenidade não foram os discursos políticos e a expectativa de anúncios sobre investimentos públicos em Blumenau. A Acib abriu-se para contar a história pessoal da nova presidente. Além da Artico Indústria de Refrigeração, empresa administrada por Christiane ao lado de duas irmãs, tiveram destaque relações familiares e de amizade. Leila Piske Franke, amiga da nova presidente, foi convidada a discursar em tom emotivo.
Yasmin, uma menina de oito anos que, na cerimônia, simbolizava a empresária ainda criança, subiu ao palco para convidá-la a ocupar a tribuna. O tom leve manteve-se no discurso de Christiane que, emocionada, falou sobre o pioneirismo feminino na associação, sobre o exemplo do pai, fundador da Artico, e sobre os dois filhos. E também sobre o patrimônio cultural da cidade — como o próprio teatro onde ocorreu a festa.
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Cobranças
Em comum com os últimos presidentes da Acib, como Renato Medeiros e Avelino Lombardi, a empresária cobrou investimentos na infraestrutura do Vale do Itajaí. E sinalizou que manterá contatos com líderes políticos na busca por soluções. Neste campo, terá trabalho duro, ao lado do vice-presidente Osnildo Maçaneiro (Rede Cooper).
— Não podemos admitir tantas obras inacabadas e os problemas de infraestrutura que temos — afirmou.
Tradicional e capilarizada na economia local, a Associação Empresarial exerce influência nos destinos de Blumenau há 121 anos. Mas vive um período em que instituições representativas, de modo geral, têm o poder de pressão diluído, entre outras razões, pela multiplicidade de vozes que a comunicação digital traz ao debate público. A ausência do governador Jorginho Mello (PL), que enviou o secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Silvio Dreveck, para representá-lo, e espaços vazios no auditório do teatro, longe de lotado, serviram como indicativo desses tempos.
O mandato de Christiane e Osnildo vai até 2025, com direito a uma reeleição.
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