No impasse com o governo do Estado sobre onde investir os R$ 200 milhões da duplicação da BR-470, Brasília tem um aliado político. Nesta quinta-feira (15), o senador Jorginho Mello (PL) defendeu a posição do Ministério da Infraestrutura, que pretende investir R$ 50 milhões em cada um dos quatro lotes da obra. Intenção contrária à do governador Carlos Moisés (sem partido), que quer todo o dinheiro concentrado nos lotes 1 e 2. Jorginho e Moisés devem disputar as eleições para o governo em 2022.

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— Investir nos quatro lotes da BR-470 foi ideia do ministro Tarcísio (Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura), não minha — disse o senador à coluna.

Segundo o parlamentar, o argumento é técnico. Não há como gastar todo o dinheiro em cinco meses apenas nos lotes 1 e 2, entre Gaspar e Navegantes. Repetindo o DNIT, alega que as obras precisam de tempo para serem executadas. E que parte do dinheiro ficará parada esperando o momento de ser aplicada no canteiro de obras.

— Pra que ficar dinheiro na conta, por capricho? — questiona.

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Segundo Jorginho Mello, o governo federal liberou mais R$ 60 milhões para a BR-470 este ano, que se somam aos R$ 56 milhões já previstos. Esse montante seria suficiente para as máquinas continuarem trabalhando.

Do ponto de vista do governo, mais vale concluir os dois lotes próximos ao litoral do que diluir os R$ 200 milhões em obras intermináveis. O argumento convenceu a maior parte da bancada catarinense em Brasília, prefeitos e lideranças empresariais do Vale do Itajaí. Mas ainda não sensibilizou o DNIT.

Eleição

Sem novidades da burocracia, o impasse agora tem nomes de urna. O que antes se discutia nos bastidores da política tornou-se explícito. De um lado está Moisés, do outro Jorginho. Ao primeiro, interessa transformar os R$ 200 milhões dos cofres estaduais em uma obra palpável, fácil de dar nome e de defender na campanha eleitoral. Para o segundo, melhor que a duplicação da BR-470 seja compreendida como responsabilidade única e exclusiva do governo Jair Bolsonaro (sem partido), a quem apoia e tenta colar a própria imagem.

— O governador quer fazer média política, se fosse inaugurar este ano, mas nem isso vai! Vai inaugurar lá por março e abril do ano que vem — critica o senador.

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Moisés, por sua vez, tem feito chegar à imprensa, por meio de assessores, a tese de que o dinheiro só não reforçou a obra ainda porque Jorginho não deixou.

Nesta sexta o governador estará em Blumenau.

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