Blumenau possui uma frota de 14 helicópteros, mas só seis permanecem regularmente no Aeroporto Quero-Quero. As outras oito aeronaves que pertencem a empresários da cidade ficam guardadas em aeródromos de municípios próximos, como o de Porto Belo. Esse diagnóstico é da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Seterb), que já conhece as razões da rejeição à estrutura do município.
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A principal limitação é a ausência de balizamento noturno, que inviabiliza operações após o pôr-do-sol. Quem decola para um compromisso externo durante o dia precisa voltar antes que a noite caia. Também falta espaço para construção e ampliação de hangares e mesmo para pousos e decolagens. Problemas que prejudicam também a movimentação de aviões particulares.
Parte importante dos problemas está para ser resolvida com o investimento de R$ 9 milhões do governo do Estado no Quero-Quero. Além da sinalização noturna, a pista será cercada e recapeada num convênio com a prefeitura. São melhorias que, acredita a Seterb, poderão atrair interessados numa futura concessão do aeroporto.
— As alterações possibilitariam novas operações e tornariam a concessão mais atrativa — analisa o secretário Fabrizio Barbieri.
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Voos comerciais
Para a prefeitura, operações com aeronaves particulares, voos de salvamento do Corpo de Bombeiros e as atividades do Aeroclube de Blumenau já compensariam a manutenção do Quero-Quero — sob gestão privada. Como analisou o colega Pedro Machado, parte do empresariado local concorda com essa avaliação.
Mas também há quem mantenha firme a crença de que o aeródromo da Itoupava Central tem condições de receber voos comerciais. Nesta segunda-feira (7), o ex-prefeito e consultor Félix Theiss reuniu-se com o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) para defender essa tese. Ele lidera o Comitê de Expansão do Aeroporto Regional de Blumenau, integrado por oito empresários catarinenses.
Félix apresentou projeto que prevê a ampliação da pista e revelou uma comunicação com a Azul para ativar voo diário para São Paulo. O plano depende de alterações em vias próximas, como a Franz Volles, o desvio da SC-108, desapropriações de terrenos, além do corte de um morro. O custo total ainda não foi estimado.
— É uma vergonha, o único aeroporto regional de Santa Catarina que não se conecta com São Paulo é o de Blumenau. Todos os outros quatro possuem voos comerciais. Não podemos ficar satisfeitos com isso — afirmou o ex-prefeito à coluna.
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Embora a prefeitura tenha ouvido a proposta com atenção, a posição do governo neste momento sobre o Quero-Quero é concluir as obras do convênio com o Estado e prepará-lo para a concessão sem contar com voos comerciais. Félix acredita que a conversa ajudou Hildebrandt a compreender a necessidade de manter vivo o sonho de voos comerciais saindo de Blumenau.
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