Ficou para 2023 a instalação de ar-condicionado nos 21 ônibus de Blumenau que fazem a linha Troncal 10. Em caráter de teste, a prefeitura previa iniciar a operação em outubro, mas decidiu adiar e assim evitar impacto adicional à revisão tarifária prevista para o fim do ano. Reajuste salarial dos trabalhadores e alta no preço do diesel já pressionam a conta.

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A Blumob, concessionária do serviço, é reticente sobre o assunto, mas não se manifesta publicamente. Cálculos feitos em cidades como Curitiba e Porto Alegre projetam aumento de 15% a 25% no consumo de combustível pelos veículos com ar-condicionado ligado.

Há ainda a questão da poluição. Enquanto Blumenau cogita queimar mais diesel no transporte coletivo, cidades mundo afora investem em ônibus elétricos ou híbridos.

A Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT) solicitou formalmente à Blumob uma simulação do investimento inicial e da manutenção dos aparelhos.

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— É uma determinação do prefeito e ponto. Não tem conversa, eles têm que apresentar a melhor solução para nós — disse o secretário Alexandro Fernandes.

Mário Hildebrandt acredita que o conforto térmico atrairá mais pessoas ao transporte coletivo, necessidade que é imediata e poderia reduzir emissões geradas por quem hoje usa carro ou motocicleta.

— É uma reivindicação antiga. Nosso objetivo é aumentar o conforto, começando pela linha por onde viajam 70% dos passageiros — analisa.

Passam pelas catracas de ônibus e terminais, nos dias de maior movimento, cerca de 75 mil usuários. Antes da pandemia de Covid-19, o sistema rodava com mais de 100 mil passageiros/dia.

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A redução no volume de pessoas transportadas obrigou a prefeitura a subsidiar o transporte coletivo, pagando à Blumob, só em 2022, R$ 26,5 milhões. Esse valor reduz a pressão sobre a tarifa, que hoje custa R$ 5 — ou R$ 5,50, para quem paga em espécie.

Os testes com ar-condicionado só são possíveis porque o passageiro não sentirá, via tarifa, o impacto dos custos extras. Ele será compartilhado com todos os contribuintes do município, via impostos. Também está previsto um alívio financeiro, estimado em R$ 6 milhões, vindo do governo federal para cobrir custos com a isenção de tarifa para idosos. Tudo isso ajudaria a diluir o impacto da novidade.

Mas apesar de tudo isso a aposta do prefeito tem riscos. Se o ar-condicionado, de fato, for capaz de convencer mais blumenaeunses a usar ônibus, a insistência de Hildebrandt será reconhecida. Porém, caso não faça grande diferença e persistirem as reclamações sobre horários, linhas e trajetos, o ar-condicionado pode virar um mico.

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Por que Blumenau adiou a instalação de ar-condicionado nos ônibus

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