Pela primeira vez a Furb começará um ano com a perspectiva real de oferecer ensino superior de graça à maioria dos estudantes matriculados. Pública municipal de direito, mas não de fato, a Universidade Regional de Blumenau vive a perspectiva de uma mudança de cenário em 2023, com o programa Faculdade Gratuita, prometido pelo governador eleito Jorginho Mello (PL). Mas sem perder de vista a possibilidade de federalização.
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Hoje, o governo do Estado já é responsável por 30% da receita com mensalidades da Furb, via bolsas do Uniedu. Cerca de 2,5 mil dos 6 mil estudantes da universidade recebem entre 25% e 100% de abatimento. Com o novo programa, a ser implementado no segundo semestre, a instituição deve ter um fôlego financeiro que não vislumbra há anos.
No primeiro semestre, a reitora Marcia Sardá Espíndola estará empenhada, ao lado dos demais reitores da Acafe, a convencer os deputados estaduais a aprovar uma emenda à Constituição de Santa Catarina estabelecendo o Faculdade Gratuita. A garantia legal proporcionará segurança jurídica às universidades comunitárias contempladas pelo programa.
Marcia está confiante na viabilidade da proposta, cujos moldes vinham sendo estudados pela equipe de Jorginho junto à Acafe há cerca de dois anos.
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— Ainda teremos estudantes pagando mensalidade, porque alguns vão acabar não se enquadrando nos critérios da lei. Mas isso vai trazer um novo momento para a Furb — avalia.
Furb Federal
No novo momento ainda haverá espaço para se falar em Furb Federal. Segundo a reitora, o termo de compromisso assinado pelo Ministério da Educação para fazer os estudos técnicos segue válido até 26 de fevereiro. Em novembro, uma comitiva de Blumenau foi a Brasília apresentar aspectos legais da possível cessão de servidores e alunos ao sistema federal de ensino superior. No início de dezembro, uma empresa foi contratada para levantar o patrimônio da Furb e a situação previdenciária.
As informações darão aos defensores da federalização um projeto com início, meio e fim a ser apresentado à nova direção do MEC, sob o governo Lula 3. Como o levantamento exige tempo, a reitoria deve pedir uma prorrogação do termo de compromisso ao governo federal. Seria a oportunidade de medir a temperatura em Brasília.
— Se vai dar certo, a gente não sabe. Mas é importante termos um ponto final sobre a viabilidade. Ou é viável, ou encerra o assunto. Eu acho que é viável — opina.
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As articulações com o MEC continuarão sendo feitas via Jorginho Mello, autor do projeto de criação da Federal do Vale do Itajaí no Congresso. A futura secretária de Estado da Articulação Nacional, Vânia Franco, que trabalha em Brasília com o senador, já era a principal interlocutora da Furb sobre o tema da federalização. Com o PT, a deputada federal eleita Ana Paula Lima passa a ser o ponto de contato.
O que sai da pauta, a partir de 2023, é a possibilidade de estadualizar a Furb. Passá-la do município para o Estado era um Plano B, aventado nos bastidores. Com o Faculdade Gratuita, essa opção perde força.
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