O eleitor de Blumenau prefere votar nos candidatos da cidade a deputado federal. Em 2014, cerca de 66% dos votos para a Câmara ficaram com representantes que mantinham domicílio eleitoral no município. Em 2018, com a onda bolsonarista, o percentual caiu para 62%. Ainda assim, maior do que em cidades como Joinville, Florianópolis, Itajaí, Chapecó ou Criciúma. Então, por que Blumenau não tem representante em Brasília?
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A resposta está no número de candidaturas viáveis lançadas pelos partidos, que sabotam as chances de Blumenau. Abertas as urnas em 2014, foram eleitos João Paulo Kleinübing (46 mil votos na cidade) e Décio Lima (32 mil). Entre os que ficaram pelo caminho, só Jovino Cardoso (24,6 mil) alcançou votação expressiva.
Em 2018, o voto massivo no 17 deu a Rui Godinho (então no PSL) 32 mil votos, que foram insuficientes para levá-lo à Capital Federal. A onda bolsonarista em outras regiões do Estado foi mais forte e ele ficou como primeiro suplente. Mas o fenômeno eleitoral ligado ao presidente Jair Bolsonaro não foi o principal motivo do mau resultado entre os candidatos daqui. A força eleitoral de Blumenau dividiu-se.
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Ericsson Luef (então no MDB), Ana Paula Lima (PT) e Marcos da Rosa (DEM) fizeram pouco mais de 14 mil votos cada um. À petista, bastaria um mísero voto adicional e estaria eleita.
Outros seis candidatos somaram um total de 35,7 mil votos, que provavelmente seriam suficientes caso estivessem concentrados num único representante: Jorge Censi (DEM), Jovino Cardoso (então no Pros), Marco Wanrowsky (PSDB), Emmanuel Tuca Santos (Novo), Liliane Schuldt (Novo) e Giovani Seibel (PSOL).
O primeiro candidato de outro município na eleição de 2018 em Blumenau foi o apresentador de TV Hélio Costa, à época no PRB, com 3,5 mil votos. Menos que os 5,6 mil recebidos por Tuca.
O problema posto em 2022 é que o cenário de pré-candidaturas lembra 2018, e não 2014. Há pelo menos cinco nomes com alguma estrutura de campanha: Ismael dos Santos (PSD), Ricardo Alba (União Brasil), Ana Paula Lima (PT), André Espezim (Podemos) e Sylvio Zimmermann (PSDB). Rui Godinho será candidato pelo PTB e o Novo deve lançar um nome, no mínimo.
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Na tentativa de subir da Assembleia para a Câmara, o deputado Ismael conta com uma votação estadualizada, apoiada no segmento evangélico. Os demais só terão chance se largarem com resultados expressivos em Blumenau.
Uma campanha do voto útil, desta vez, será mais útil ser focar nos candidatos e partidos políticos. O eleitor tem feito a sua parte, ao contrário do que diz o senso comum.
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