Ronaldo Carioni Barbosa deixou o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina, nesta segunda-feira (9), por duas razões principais. Ambas mais relacionadas à interlocução política da pasta do que à gestão da infraestrutura federal no Estado.

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Na leitura majoritária que se faz do movimento nos bastidores, Carioni não oferecia resposta às críticas que o governo Jair Bolsonaro (PL) recebe pela lerdeza nas obras rodoviárias. Aliados esperavam que a superintendência catarinense defendesse o volume de recursos à disposição para as obras e tratasse de apressar a execução. 

A presença de Carioni no cargo produzia ainda efeito colateral indesejado: cada crítica ao mau desempenho respingava no senador Jorginho Mello (PL), que o indicou para a função. Depois de ser levado à frigideira explicitamente pelo ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), em fevereiro, a substituição era questão de tempo.

O segundo motivo é a necessidade de dar uma resposta aos catarinenses pela demora em obras como a duplicação da BR-470. Os lotes 1 e 2, entre Navegantes e Gaspar, deveriam ficar prontos no primeiro semestre, conforme o próprio Tarcísio havia anunciado em 2021. Não vai acontecer.

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Nas eleições de outubro, os bolsonaristas terão segmentos de asfalto a apresentar, intercalados por viadutos inconclusos e trechos onde o solo instável não permite maior agilidade. Para piorar, os avanços que existem são percebidos como resultado do investimento de R$ 300 milhões do Estado na rodovia, e não como esforço do DNIT.

O substituto interino, Alysson de Andrade, é servidor de carreira e tem interlocução técnica constante com Brasília. Em março deste ano, foi escolhido entre 80 funcionários públicos federais para um programa de desenvolvimento de lideranças.

A portaria de exoneração aponta um culpado e dá à equipe do DNIT-SC, incluindo o próprio Ronaldo Carioni Barbosa, que é concursado, a chance de um recomeço.

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