Deitada no meio de toras de madeira e do barro revolto de um canteiro de obras, a peça escondida por uma lona preta parece material de construção à espera de algum operário.

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Mas é um monumento.

Está guardada aos fundos do terreno onde será a Praça das Rosas, no Centro Histórico de Blumenau, a obra do artista plástico Guido Heuer que homenageava o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva na Rua XV de Novembro.

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Dois anos atrás, o totem de metal com uma bandeira brasileira estilizada teve de ser retirado do ponto onde havia sido fincado em 2003, quando da primeira visita de Lula a Blumenau como presidente. O monumento estava no traçado da cabeceira da nova ponte do Centro Histórico.

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Obra está enrolada numa lona aos fundos da futura Praça das Rosas
Obra está enrolada numa lona aos fundos da futura Praça das Rosas (Foto: Patrick Rodrigues)

Desde então, oficialmente, aguarda a definição de um novo local para exposição. Segundo o município, a obra foi higienizada e embrulhada para não sofrer desgaste. O atual local em que está depositado deve-se ao movimento de máquinas e trabalhadores na área onde está sendo construída a praça. Mas ainda não se sabe se ficará por ali após a inauguração do espaço, prevista para setembro.

Segundo o município, caberá ao gabinete do prefeito decidir o futuro endereço da peça.

Polêmica

Instalada na Rua XV durante o governo do prefeito petista Décio Lima, a obra sempre foi alvo de críticas de opositores. Primeiro, porque Lula visitaria aquele ponto para inaugurar uma embarcação turística que depois viraria motivo de piada — o Manezinho Schiff. Depois, com os processos de corrupção da Operação Lava-Jato, a obra sofreu depredação e os dizeres que citavam o ex-presidente foram apagados.

Monumento deu passagem à nova ponte do Centro Histórico
Monumento deu passagem à nova ponte do Centro Histórico (Foto: Patrick Rodrigues, BD, 16/6/2020)

Em 2017, a Câmara de Vereadores aprovou requerimento para que a homenagem fosse retirada. Houve intenso debate, mas prevaleceu o argumento de que, embora controversa, a história não deveria ser apagada.

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