Oito pacientes de Blumenau diagnosticados com coronavírus estão internados em UTIs do Hospital Oase, de Timbó. Eles não entram na conta de internações divulgada diariamente pela prefeitura nos boletins da Covid-19. Conforme o município, há 39 pessoas internadas em terapia intensiva.
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Dona da maior estrutura hospitalar do Vale do Itajaí, é Blumenau quem costuma receber pacientes de outras cidades. Dentre os 39 internados, oito são de outros municípios. Em diversos momentos, o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) reclamou da sobrecarga e da falta de ativação de leitos em hospitais da região. Agora, os blumenauenses também fazem uso da estrutura regional para aliviar a pressão.
Quem regula a ocupação dos leitos de UTI é o governo estadual. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nesta segunda onda a orientação para transferir pacientes a Timbó veio de Florianópolis para preservar a estrutura de alta complexidade dos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel. O município informou à coluna que solicitou ao Estado, na terça-feira (24), a internação dos pacientes blumenauenses na cidade, perto dos familiares.
Leitos de sobra?
Conforme os dados da Secretaria de Estado da Saúde, Blumenau possui apenas 25 leitos exclusivos para tratamento intensivo de Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Todos estão ocupados: seis no Santo Antônio e 19 no Santa Isabel. Porém, a prefeitura garante ter 94 vagas de UTI para Covid-19 à disposição.
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Essa discrepância de informações tem gerado dúvidas desde o primeiro pico da pandemia, quando escrevi que faltava clareza aos dados sobre terapia intensiva. Nas contas do município entram leitos privados, incluindo os 10 do Hospital Santa Catarina — que também estão 100% ocupados —, além de leitos que os hospitais só ativam em caso de extrema necessidade. Para que possam funcionar com segurança, é necessário reduzir o atendimento em outras áreas.
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Parte dos leitos extras depende do reforço de equipes que trabalham nos leitos de UTI geral. Em julho e agosto, a demanda por atendimentos de traumas, acidentes e outras enfermidades era menor, devido à quarentena do primeiro semestre. Agora, todos esses leitos estão ocupados. Também seria necessário interromper cirurgias eletivas e liberar quartos de enfermaria para que pudessem ser convertidos em UTIs.
Ou seja, os 94 leitos podem até ser oferecidos, mas numa situação “de guerra”, como costumava dizer a administração municipal na primeira onda.
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