Terceiro mais votado e grande surpresa das eleições para a prefeitura de Blumenau, Odair Tramontin desfiliou-se do Partido Novo para retomar a carreira de promotor de Justiça. Ele estava licenciado para a campanha e, por força de lei, precisou abandonar as atividades partidárias para voltar ao órgão fiscalizador. Um “até logo”, segundo o próprio.
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Com 22.846 votos na estreia, Tramontin por pouco não chegou ao segundo turno, ameaçando o lugar do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM).
— Mais dois dias de campanha e a onda virava! — acredita.
Apesar de excluído da etapa decisiva, a votação o credencia a disputar algum cargo em 2022. O promotor não descarta essa possibilidade. Gostou de pedir votos e acha que aprendeu sobre a cidade onde vive. Durante a campanha na periferia da cidade, diz Tramontin, encontrou uma Blumenau sobre a qual não tinha real dimensão.
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— No Ministério Público eu trabalho com gente humilde. Mas eu sempre enxergava a árvore, agora eu vejo a floresta. A gente vive numa bolha — reconhece.
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Por outro lado, o promotor sentiu o peso do escrutínio público. Ficou desconfortável com a exposição do próprio salário (cerca de R$ 40 mil brutos) e do patrimônio da família. Chateou-se com questionamentos sobre continuar recebendo enquanto fazia campanha.
— Eu já poderia estar aposentado, mas não quis parar de trabalhar. Poderia estar ganhando quase a mesma coisa parado — rebate.
Segundo turno
Na disputa decisiva entre Kleinübing e o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), Tramontin silencia. Não pretende declarar voto, seguindo a orientação do agora ex-partido. Na 15ª Promotoria de Justiça, onde atua, o promotor lida com investigações nas áreas de cidadania e direitos fundamentais, direito do consumidor, fundações e terceiro Setor, além de execuções penais. E se precisar investigar o governo de um ex-adversário?
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— Sei separar muito as coisas — garante.
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