Duas pistas extras para a Beira-Rio e o fim do semáforo na saída da ponte Adolfo Konder. Seriam essas as vantagens da construção de uma avenida planejada para a margem do rio Itajaí-Açu, no Centro de Blumenau, bem no meio do talude. A prefeitura contratará um projeto para analisar a viabilidade da obra, que mudaria a paisagem e a dinâmica do trânsito.
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O corredor de ônibus e a pista à direita da Beira-Rio virariam na direção do Itajaí-Açu logo após a Rua Rodolfo Freygang, descendo repentinamente e passando por baixo da ponte recém-duplicada. Seriam 340 metros de pista dupla, com 10 metros de largura, provavelmente apoiada numa estrutura de concreto, como uma ponte rente à margem. A subida à esquerda terminaria em frente ao antigo Shopping Beira-Rio, onde o tráfego escoaria da mesma forma como é hoje.
Na saída da ponte Adolfo Konder, teriam prioridade os veículos que vêm da Ponta Aguda, com duas pistas livres à direita — o semáforo para pedestres permaneceria. Só a faixa mais à esquerda da Beira-Rio permitiria seguir em frente e serviria aos motoristas que dobram à esquerda na José Ferreira da Silva, rumo à Rua XV de Novembro. Organizar o fluxo nessa intersecção é o principal objetivo de todo o projeto, segundo o diretor-geral da Secretaria de Obras, Dirk Reiter.
O estudo prévio a ser contratado avaliará benefícios ao tráfego, condições geológicas do talude da Beira-Rio, que é um aterro, como resolver os conflitos com as calçadas e ciclovias na entrada e na saída das pistas extras, e a hidrologia do Itajaí-Açu.
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A nova avenida ficaria no meio do talude, onde hoje há placas de cimento. Em períodos de cheia, a via teria de ser interditada. Reiter compara com as marginais do Itajaí-Mirim em Brusque, onde funciona da mesma forma.
— Acho que vai funcionar, mas o projeto precisa ser bem detalhado e destrinchado — avalia o diretor.

A prefeitura ainda não tem orçamento para a obra. Considerando apenas o custo médio por metro quadrado, seriam pelo menos R$ 15 milhões, quase o dobro do que foi investido na duplicação da ponte, R$ 8 milhões.
— Pode parecer um pouco ousado, mas isso não é uma novidade, é algo comum na Europa. Blumenau não é mais uma cidade pequena, temos que pensar em soluções maiores — defende o secretário de Obras, Michael Maiochi.
O secretário afirma que o uso do talude da Beira-Rio para o tráfego de veículos já está previsto no Plano Diretor de Blumenau.
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Comentário
Fazer andar o trânsito da Beira-Rio é essencial para o desenvolvimento da cidade, mas uma hora o espaço acaba. A ponte foi duplicada, construíram outra no Centro Histórico e agora avança o plano de pistas extras para veículos.
O debate pouco racional sobre onde deveria ser construída uma nova ponte no Centro de Blumenau escanteou, por duas décadas, o principal desafio da mobilidade municipal: tirar carros da Beira-Rio, da Rua 7 de Setembro e da Rua XV. Isso será possível com conexões entre os bairros, em especial um túnel entre Garcia e Velha.
Diz-se que custaria R$ 300 milhões. Se nunca for prioridade, logo teremos gasto o equivalente em obras paliativas.
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