Blumenau terá ao menos nove candidatos a prefeito nas Eleições 2020. Será o maior cardápio de opções já oferecido ao eleitor blumenauense — o recorde anterior, de oito candidaturas, é de 1982. Quatro anos atrás, foram apenas cinco.

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O atual processo eleitoral modificou em parte um roteiro manjado. No início do ano, todo partido, não importa o número de filiados ou a popularidade de suas lideranças, garante que vai ter candidato a prefeito em Blumenau. Com a aproximação da campanha, a convicção no projeto próprio era facilmente abandonada em nome de uma aliança.

Desta vez é diferente. Em janeiro, 17 legendas manifestaram a intenção de apresentar candidato. Porém, diferente de anos anteriores, a uma semana do fim das convenções, ainda há 12 nomes dispostos a concorrer. Cinco já estão confirmados pelas legendas e outros sete aguardam oficialização.

Candidatos oficializados

Odair Tramontin (Novo)

João Paulo Kleinübing (DEM)

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Wanderlei Laureth (Avante)

Ricardo Alba (PSL)

Débora França Arenhart (Cidadania)

Pré-candidatos

Ana Paula Lima (PT)

Georgia Faust (PSOL)

Ivan Naatz (PL)

Jairo Santos (PRTB)

João Natel (PDT)

Mário Hildebrandt (Podemos)

Mário Kato (PCdoB)

Recorde

Mudanças no ambiente político explicam a variedade de opções ao eleitor blumenauense. A mais impactante é o fim das coligações partidárias na eleição para a Câmara de Vereadores. Os partidos podem coligar-se para disputar o Executivo, não mais para o Legislativo.

O apoio na eleição para prefeito deixou de ser moeda de troca. Pelo contrário, os partidos apostam que o espaço reservado à candidatura ao Executivo na propaganda de rádio e televisão pode contribuir para atrair votos à legenda.

O cada um por si também é reflexo do tsunami bolsonarista de dois anos atrás, que minou parte do poder dos partidos tradicionais, e da incerteza no governo estadual, com o processo de impeachment contra Carlos Moisés (PSL).

Segundo turno

Em 2020, o afunilamento das coligações ocorrerá via urna, no dia 15 de novembro. Somente no segundo turno os partidos devem agrupar-se em alianças maiores, que definirão em contornos gerais quem será governo e oposição a partir do próximo ano.

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O problema é prever quem serão os líderes dessas duas frentes políticas. Com tantas candidaturas, a diferença de votos entre o segundo e o terceiro colocados pode ser mínima. A margem para surpresas nunca foi tão grande.

Num cenário assim, vale a pena correr o risco de expor-se à avaliação do eleitor.

Correção

O texto deste post informava que o recorde anterior de candidaturas em Blumenau era de sete, em 1988. Na verdade, em 1982 o município teve oito candidatos a prefeito, maior número até 2020. A versão acima já está corrigida.