A cada 90 minutos, em média, Santa Catarina recebe da Defesa Civil um alerta para o risco de desastres climáticos. Alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, rajadas de vento, agitação marítima, calor intenso, estiagem… O verão de 2023 está sendo marcado pela frequência e variedade de eventos no Estado. Ao todo, foram 1.428 mensagens de alerta entre 1º de dezembro, ainda na primavera, e 28 de fevereiro.

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Os comunicados, chamados de aviso hidrometeorológico, ou ainda nowcasting, são sinalizados com quatro cores, conforme a gravidade do evento previsto:

  • Amarelo: observação
  • Laranja: atenção
  • Vermelho: alerta
  • Roxo: alerta máximo para deslizamentos

Nos últimos três meses, a cor roxa surgiu em 17 alertas para regiões catarinenses. A vermelha, outras 58 vezes. Essas mensagens chegam à população, poucas horas antes dos eventos, pelo Facebook, website da Defesa Civil, Telegram e SMS. As últimas duas opções exigem cadastramento prévio (veja como fazer no fim do texto).

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Só as mensagens por SMS conseguem regionalizar os alertas, porque os usuários cadastram o endereço. As demais chegam para todas as regiões. Um alerta máximo de deslizamentos em Rodeio, no Vale do Itajaí, por exemplo, aparece também para os moradores de Chapecó. Com o passar do tempo, isso torna-se um problema.

— O excesso de avisos acaba dificultando a resposta das pessoas. O que se busca é aprimorar os sistemas de monitoramento para que isso não aconteça — admite o coordenador de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil, Frederico Rudorff.

Além do nowcasting, a Defesa Civil também dispara avisos meteorológicos, estes com antecedência de até três dias. Com a mesma escala de cores, eles têm o objetivo de preparar população e autoridades para que permaneçam atentas durante o período indicado como de risco. Entre dezembro e fevereiro, foi preciso emitir 58 mensagens do tipo.

Regionalizar alertas

Um dos objetivos imediatos, segundo Rudorff, é permitir a regionalização dos comunicados também via Telegram. Mas há projetos mais complexos e caros em execução e avaliação. No Norte do Estado, onde choveu até 408 milímetros em fevereiro (a média do mês fica entre 220 e 280), um novo radar meteorológico está em instalação — o terceiro do tipo em SC. O problema é que justamente o excesso de chuva vem atrapalhando o trabalho, em Joinville.

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A Defesa Civil também pretende desenvolver sistemas que facilitem a interpretação dos dados dos radares pelos meteorologistas. Hoje, há uma miríade de informações brutas, que precisam de tratamento para servirem à análise. Outro objetivo é capacitar servidores das defesas civis municipais, para que consigam adequar o conteúdo dos avisos e alertas meteorológicos à realidade local e mobilizar a população.

Ainda na coleta de informações, é desejo do Estado contar com mais equipamentos de rádio sondagem, capazes de coletar informações sobre temperatura, pressão e umidade na atmosfera. Hoje eles existem apenas em aeroportos, como os de Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba. A Defesa Civil está em conversas com a Celesc para viabilizar um investimento nessa área.

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