Blumenau não tem sido exatamente uma referência em Carnaval nas últimas décadas. Para a maior parte da população, folia mesmo, só a transmitida pela TV. De modo que o debate sobre promover ou não desfiles, blocos e bailes em tempos de Covid-19 praticamente inexiste por aqui. Então, o que justifica ponto facultativo na prefeitura?
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Indústrias e prestadores de serviço raramente reduzem o ritmo nos dias de festa popular. Como não é feriado nacional, por hábito trabalha-se. Até mesmo o comércio de Blumenau, que em anos passados já tentou fazer feriado na segunda ou na terça, dado o movimento fraco, anunciou horário normal. Mas no serviço público municipal, só será obrigado a trabalhar quem exerce atividades consideradas essenciais. Os demais estão liberados.
Em janeiro, quando explodiu o número de casos de Covid-19 em Blumenau, o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) havia riscado o Carnaval do calendário de pontos facultativos e oficializado o dia 22 de abril (uma sexta-feira) em troca. Ocorrerá o mesmo no fim do ano, quando o 14 de novembro também emendará com a data da Proclamação da República.
Mas na sexta-feira passada (18) a administração voltou atrás. Haverá Carnaval no serviço público porque, “com os números em queda, nada mais justo do que reconhecer e garantir o descanso dos servidores” agora, e não mais em abril. A medida veio em meio à tensa negociação salarial com o funcionalismo, que já teve uma quase greve em 2022.
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Carnaval para quem?
É preciso separar as coisas. Há servidores que foram convocados para trabalhar no meio das férias em janeiro, assumiram cargas horárias pesadas para atender doentes, que ouviram desaforos diários em filas de ambulatórios gerais e postos de saúde. Gente, enfim, que precisa mesmo — e merece — descansar. Se a prefeitura entende que o Carnaval é um bom momento para isso, nenhuma objeção. Mas a ferramenta do ponto facultativo é inadequada.
Junto dos sobrecarregados profissionais de saúde, terá direito a feriado prolongado uma maioria de trabalhadores que gozou férias coletivas normalmente e cuja jornada sofreu pouco ou nenhum impacto com a variante Ômicron do coronavírus.
Dar folga para todo mundo sob essa justificativa é uma deselegância com aqueles que de fato precisam do descanso. Com os blumenauenses que não terão os serviços públicos à disposição em dois dias úteis, é um desrespeito.
Carnaval
Verdade seja dita, a farra do ponto facultativo é nacional. Com ou sem Carnaval. Enquanto as autoridades de saúde pedem que a população evite aglomerações, o serviço público federal e também o estadual desobrigaram os servidores de comparecer ao trabalho na segunda (28), na terça (1º) e na quarta (2) até 14h.
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