As multas emitidas com o auxílio das câmeras da Central de Controle Operacional (CCO) de Blumenau representam apenas 0,8% do total de infrações registradas na cidade. Entre o início da fiscalização remota, em março de 2019, e outubro do ano passado, 898 mil notificações de trânsito foram emitidas. Destas, 7.197 partiram dos monitores instalados no primeiro andar da prefeitura. Os dados são da Secretaria de Trânsito e Transportes.
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Os motoristas de Blumenau correm risco muito maior de receber multa por obra das monitoras da Área Azul do que das câmeras espalhadas pela cidade — embora a multa propriamente dita não seja emitida pelas monitoras, mas pela autoridade de trânsito. Estacionar em desacordo com o sistema rotativo é, de longe, a infração mais comum da cidade.
Bem depois vêm estacionamento em local proibido, não identificar o condutor responsável por infração, dirigir segurando o telefone e deixar de usar o cinto de segurança. Todas essas irregularidades flagradas de forma analógica.
Por meio das câmeras, os guardas flagram com maior frequência caminhões transitando em locais e horários com restrições, conversões irregulares, veículos que trancam cruzamentos ou que rodam sobre os corredores exclusivos de ônibus. Em resumo, a tecnologia serve para punir quem atrapalha o trânsito.
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Os números são coerentes com o discurso do município em defesa da CCO. Há um esforço oficial para apresentar a central como ferramenta de gestão da mobilidade, desde o fornecimento de dados para planejamento urbano até a reação imediata a incidentes. O objetivo é separar o investimento de quase R$ 15 milhões nos equipamentos e softwares do persistente (e vazio) discurso contra a “indústria da multa“.
Até o momento, a central tem funcionado como exemplo interessante de tecnologia aplicada à boa convivência no trânsito. Os agentes diante das câmeras priorizam o fluxo e punem quem o prejudica. É notável que o serviço tenha menor oposição em comparação com os radares eletrônicos, criticados como se máquinas inventassem infrações. A diferença, claro, está no número de pessoas flagradas.
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