A morte trágica de um casal de ciclistas no acostamento da BR-101, em Balneário Camboriú, precisa servir de alerta para autoridades e para quem trafega nas rodovias de Blumenau e região. Berço do cicloturismo no Brasil, o Médio Vale do Itajaí é entrecortado por rodovias muito procuradas por ciclistas. O crescente interesse por lazer, esporte e mobilidade saudável justifica um olhar diferente às condições das estradas e ao fluxo do trânsito.
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“Rodovia não é lugar de ciclista” é resposta insuficiente ao problema porque, em muitos casos, não há outra alternativa a quem pedala. Trechos de rodovias como a Guilherme Jensen, na Itoupava Central, a Werner Duwe, em Pomerode, e Jorge Lacerda, entre Gaspar e Ilhota, conectam regiões residenciais com escolas, postos de saúde e indústrias.
No caso do cicloturismo, rodovias representam o trajeto mais viável para moradores da região que procuram passeios de poucas horas e não podem embrenhar-se por dias no aclamado Circuito Vale Europeu. Todas as semanas, centenas de pessoas fazem turismo ao ar livre pedalando em acostamentos. Alguns grupos reúnem dezenas de participantes fardados em cores chamativas.
Nenhum ciclista discordaria de que o acostamento rodoviário é inseguro. Ouvir quem pedala poderia ser um bom começo para encontrar soluções que promovam o turismo com menores riscos.
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Uma região que aposta no ciclismo como atividade turística deveria observar com atenção e trazer para a realidade local o debate provocado pelas mortes na BR-101.
Bicicleta não pode ser encarada como problema. Bicicleta é solução.
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