Caravanas que partiram de Blumenau estavam em Brasília no domingo (8) de quebradeira contra as instituições da República. Na semana passada, ônibus foram ofertados de graça em grupos de WhatsApp formados por bolsonaristas da cidade e houve apelos para que se conseguisse encher sete coletivos. Não há confirmação de quantos de fato saíram rumo à Capital Federal.

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Desde a noite de domingo, perfis em redes sociais têm publicado imagens identificando participantes das invasões ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto. Dois vídeos em que pessoas afirmam ser de Blumenau viralizaram. No primeiro, aparece o líder comunitário Ademir de Melo, ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde e candidato a vereador pelo DEM nas Eleições 2020, quando recebeu 677 votos. No segundo, Scheila Oliveira, moradora da cidade que frequentou os protestos em frente ao 23º Batalhão de Infantaria na semana passada. A coluna tentou contato com ambos, mas ainda não obteve resposta.

Alício Rodrigues, dono de uma empresa de turismo de Blumenau, conversou com a coluna nesta segunda-feira (9). Ele ainda estava em Brasília aguardando a saída dos últimos manifestantes catarinenses que se refugiaram em frente ao QG do Exército após a dispersão do ato golpista. Segundo Rodrigues, entre os participantes do grupo circulava a informação de que três deles haviam sido detidos.

A conversa durou poucos minutos. O empresário informou que o grupo saíra de Brusque quinta-feira à noite, mas também levava blumenauenses. Depois, disse que a ligação estava ruim, desligou e parou de responder mensagens.

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“Fomos patrocinados”

Numa das mensagens que circulou em grupos de WhatsApp de Blumenau na semana passada, uma pessoa ainda não identificada escreveu: “Assim que fechados todos os bancos o ônibus já sai. Fomos patrocinados com 7 ônibus, 3 já estão fechados. Ida e volta gratuita, incluindo alimentação”.

Numa sequência de mensagens de áudio, uma mulher identificada apenas como Manuela confirmou que haveria até sete ônibus para quem quisesse viajar de graça. Porém, sem prazo de retorno:

— Não tem data prevista para volta ainda. Os ônibus estão indo e as pessoas vão ficar lá até que algo aconteça realmente. Caso você queira ou precise voltar antes disso, terá de custear a sua volta. Gente, está sobrando ônibus e estão faltando pessoas. Vamos para Brasília e fazer acontecer — disse ela.

A coluna ligou para os telefones que aparecem nos prints das conversas de WhatsApp, mas ambos estavam desativados nesta segunda.

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Também via WhatsApp, lideranças do PSOL e de movimentos sociais de Blumenau começaram a reunir informações e imagens que ajudem a identificar organizadores e participantes das excursões a Brasília. A intenção é compartilhar o material com o Ministério Público.

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