As famílias indígenas que haviam ocupado um terreno próximo à Área de Instrução do Exército em Blumenau deixaram o local. Orientados por militares do 23º Batalhão de Infantaria sobre o risco de permanecer perto dos estandes onde ocorrem treinamentos de tiro, líderes do grupo aceitaram transferir o acampamento para outro imóvel na Rua Belmiro Colzani, no Progresso. A mudança ocorreu nesta quarta-feira (19).

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O líder indígena Samuel Priprá confirmou à coluna que o grupo indígena acampado é o mesmo que estava no antigo Centro de Saúde da Rua Itajaí, em Blumenau. Eles deixaram a edificação por receio de novos desabamentos na região do Morro do Aipim. Em setembro, pedras atingiram o imóvel vizinho, onde funcionava a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

Segundo Priprá, os indígenas do povo xokleng reivindicam uma área em Blumenau para viverem perto da natureza e onde possam preservar seus costumes. Ele afirma que o desejo do grupo não é viver na zona urbana e nem ter uma casa de passagem na cidade.

— Sempre moramos em Blumenau. A cidade foi construída sobre o sangue dos nossos antepassados, aqui começou a matança do nosso povo — argumentou.

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A coluna ainda não conseguiu confirmar se o terreno agora ocupado pelos indígenas é público, parte do Parque Nacional Serra do Itajaí, ou privado.

Boataria

Desde a mudança dos indígenas do Centro de Blumenau para o Progresso, uma onda de boatos circula pelas redes sociais. Mensagens de áudio sem a identificação dos autores afirmam que um núcleo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é o responsável pela ocupação. Uma foto de uma invasão do MST em Brasília no mês de abril foi associada para confundir as pessoas.

A maioria dos cerca de 20 indígenas acampados é de crianças. Uma delas tem dois meses de idade.

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