Duas reuniões na semana que vem, em Blumenau e Brasília, levarão o impasse sobre os R$ 200 milhões do Estado na duplicação da BR-470 ao limite do “vai ou racha”. Na segunda-feira (2), na Associação Empresarial de Blumenau (Acib), lideranças empresariais, prefeitos e vereadores de todo o Vale do Itajaí receberão o superintendente do DNIT Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa. No dia seguinte, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas será ouvido pela Comissão de Infraestrutura do Senado. O resultado das duas reuniões indicará se ainda há disposição para o diálogo entre as partes.
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DNIT e o senador Jorginho Mello (PL) defendem distribuir os R$ 200 milhões nos quatro lotes da duplicação. O governador Carlos Moisés (sem partido), os senadores Esperidião Amin (PP), Dário Berger (MDB) e um conjunto de prefeitos e empresários, firmaram posição por concentrar todo o dinheiro nos lotes 1 e 2, entre Navegantes e Gaspar, que estão mais adiantados.
Embora as partes envolvidas não admitam, o pano de fundo do embate é eleitoral. Moisés gostaria de justificar a operação com os cofres do Estado em benefício de uma obra da União apresentando resultados tangíveis em 2022. Jorginho Mello tenta garantir que a principal melhoria na infraestrutura do Estado seja associada apenas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ambos preparam candidaturas ao governo no ano que vem.
A reunião na Acib, resultado da passagem de Jorginho Mello por Blumenau, tende a se tornar palco para o superintendente do DNIT apresentar argumentos técnicos pela distribuição do dinheiro nos quatro lotes. Mas Carioni será pressionado por lideranças locais angustiadas com a demora da chegada do dinheiro por causa de picuinhas políticas.
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Na terça-feira (3), caberá ao ministro Tarcísio Freitas indicar se o governo federal tem interesse em acordo — ele também será pressionado sobre a segunda pista do Aeroporto de Navegantes, deixada de fora no processo de concessão.
A queda de braço prejudica o Vale do Itajaí, mas também o Norte e o Oeste. Estão parados e igualmente ameaçados os R$ 100 milhões da BR-163 e os R$ 50 milhões da BR-280, como lembrou o colega Jefferson Saavedra.
O custo econômico e em vidas da possível perda desses recursos é incalculável. O custo político a quem for visto pela população como responsável pelo desastre, também.
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