Os hospitais Santa Isabel, Santo Antônio e Santa Catarina enviaram um ofício à prefeitura de Blumenau comunicando que adotarão protocolos de triagem dos pacientes a serem internados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) exclusivas para Covid-19. O motivo é a “escassez de recursos para atendimento dos pacientes que necessitam de leito com suporte intensivo”. 

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Os protocolos foram estabelecidos por entidades médicas do país, como Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) e levam em consideração o risco de colapso causado pela pandemia de coronavírus.

São regras para a “alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por Covid-19”. Elas estabelecem uma pontuação que apoia os médicos na avaliação de quais pacientes devem ter prioridade nos leitos de UTI disponíveis. As entidades produziram o guia para momentos em que, mesmo após a ampliação de leitos, a demanda de atendimento supera a capacidade dos hospitais.

O objetivo é salvar o maior número de vidas. E também o maior número de “anos/vida”. Ou seja, o protocolo seleciona aqueles indivíduos com maior probabilidade de sobreviver à Covid-19 e que ainda não passaram por todos os ciclos da vida humana. Pacientes jovens, sem comorbidades graves e com capacidade de reagir ao vírus têm maior chance de ocupar um leito de UTI do que idosos portadores de doenças que encurtam a expectativa de vida e agravam o quadro de Covid-19.

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Uma vez aplicado o protocolo, o paciente que tiver menor pontuação recebe prioridade na fila por uma UTI. A conta é atualizada regularmente por uma equipe de triagem formada por médicos experientes. A proposta é estabelecer critérios objetivos para selecionar quem terá acesso aos recursos disponíveis. Situação que só ocorre devido aos altos índices de contaminação por coronavírus em Santa Catarina, que se refletem em internações hospitalares.

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Alerta à população

Após o ofício dos três hospitais de Blumenau chegar às mãos do secretário de Promoção da Saúde, Winnetou Krambeck, ele reuniu-se com os diretores das instituições, segunda à noite. A prefeitura informou que não se manifestará sobre o assunto por ser uma questão de organização interna das instituições de saúde. Nesta terça-feira, o diretor-técnico do Hospital Santa Isabel, Marcos de Toni, disse em entrevista coletiva online que o protocolo é para estabelecer uma sequência, e não para excluir pessoas da fila:

— O protocolo não é para tirar a chance de um paciente, é para dar chance àquele que vai ter o maior benefício. São critérios objetivos.

Conforme o boletim epidemiológico do município, na segunda-feira havia 73 pessoas internadas em leitos de UTI blumenauenses. Todos os 66 leitos exclusivos para Covid-19 e mais sete dos “leitos de guerra” estavam ocupados. Embora a prefeitura informe a possibilidade de abrir outros 21 desses leitos adaptados em última necessidade, os hospitais têm revelado dificuldades para contratar pessoal em número suficiente.

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