Gentilezas trocadas pelo prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), e os dois antecessores no cargo, Napoleão Bernardes (PSD) e João Paulo Kleinübing (União), chamaram atenção durante a audiência pública sobre o Complexo da Polícia Civil, quarta-feira (17) à noite. Os “três prefeitos”, como Hildebrandt os qualificou, compartilharam holofotes num evento público e demonstraram harmonia. Poderiam ser meros gestos de polidez e boa educação. Se na política existissem coincidências.

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À tribuna, Kleinübing disse que “ex tem muito pouco direito a dar opinião” e mencionou a doação do terreno por Hildebrandt à Polícia Civil. Napoleão dirigiu-se aos “caros amigos prefeitos” para defender uma solução conjunta. Na fala mais longa, o atual prefeito resgatou o histórico da pendência com o governo do Estado, citando também esforços dos antecessores para resolver a questão.

— Cada um que passou deixou um pouco de sua história. Ou pelo menos os seus cabelos, que ficaram mais brancos — brincou.

O evento em clima amistoso ocorreu entre comentários crescentes sobre a possibilidade do trio de prefeitos estar unido nas eleições de 2024 em Blumenau. A engenharia política é complexa, mas teria o incentivo do governador Jorginho Mello (PL).

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A possibilidade de uma frente ampla governista foi gravada em recibo pelo deputado estadual Ivan Naatz (PL), que em março criticou no Twitter: “Dizem que João Paulo Kleinübing, Mário Hildebrandt e Napoleão Bernardes estarão juntos para a eleição em Blumenau. Mas quando eles estiveram separados?”.

Eleições em 2024

Kleinübing é hoje diretor do BRDE graças a Jorginho. Na tese mais especulada, ele seria o candidato a prefeito da aliança, faltando definir qual legenda o abrigaria (União, PL ou PP). O vice seria indicado pelo atual governo municipal. Maria Regina de Souza Soar (PSDB) trabalha para disputar a prefeitura, mas está em primeiro mandato e também poderia concorrer à reeleição. Napoleão agregaria o PSD de olho em apoio para as eleições parlamentares de 2026. Hildebrandt terminaria o mandato, mas permaneceria em evidência com algum espaço no governo estadual.

Esse desenho especulado nos bastidores é pronto demais para a atual fase do processo pré-eleitoral. Falta mais de um ano para a montagem das chapas. Mas a noite de quarta-feira reforçou a impressão de que existe clima.

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