O cancelamento de eventos importantes do calendário turístico de Santa Catarina, como os fogos do Réveillon de Florianópolis e a Festa Pomerana, deixa Blumenau em situação incômoda neste fim de ano. Estão mantidos o espetáculo pirotécnico previsto para o dia 1º, na Vila Germânica, e as seis noites de Sommerfest, a Oktoberfest de verão, em dois fins de semana de janeiro. No cenário de disseminação da variante Ômicron do coronavírus, o município persegue benefícios que parecem não jusitificar o risco.
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É difícil mensurar agora o tamanho do perigo, diante da ameaça pouco conhecida que é a Ômicron. Tampouco ajuda a instabilidade do sistema do Ministério da Saúde, que deixou o país no escuro sobre o número de casos novos de Covid-19 registrados. Mas a tensão internacional, que já provoca até lockdown em países como a Holanda, dá ideia do que se espera.
Do primeiro trimestre de 2020, depois do período de festas e da temporada de verão, não se tem boas lembranças em Santa Catarina. A variante Gama, até então chamada de P1, varreu o Brasil e o Estado, provocando uma tragédia sanitária.
Então, a questão imediata é se vale a pena. Blumenau está longe de ser destino preferencial do verão catarinense, embora beneficie-se do afluxo de turistas. O show de fogos no Ano-Novo e a Sommerfest são relevantes, mas não funcionam como argumento central na atração de visitantes. A cidade em si faz esse papel, com atributos próprios: está a menos de 50 quilômetros da costa, oferece cenário, gastronomia e atrativos diferentes dos do litoral, e é um oásis de tranquilidade nesta época.
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Claro, perderia a população por não ter uma festa pública de Réveillon pelo segundo ano consecutivo, perderiam as empresas e trabalhadores do turismo diretamente envolvidos com a programação da Sommerfest. O próprio clima de recuperação seria abalado. Mas, de novo, vale a pena apostar? Se os fatos atropelarem nossos desejos, o custo de um passo em falso será repartido por todos.
Como disse na terça-feira (21) o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, na defesa de que as festas públicas de Natal e Ano-Novo sejam deixadas para o próximo ano, “é melhor cancelar agora e celebrar depois do que celebrar agora e lamentar depois”.
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