O evento que reuniu quatro pré-candidatos ao governo de Santa Catarina no Parque Vila Germânica, sábado à noite, pôs Blumenau na rota das Eleições 2022. Planejado como uma demonstração de força do prefeito Mário Hildebrandt, que deseja influenciar a montagem da chapa onde estará o Podemos no próximo ano, o ato também serviu para exibir a lideranças estaduais a distância oceânica entre o maior município do Vale do Itajaí e o governo estadual.
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Participaram da cerimônia festiva, espécie de encerramento da Oktoberfest que não aconteceu, os senadores Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL), o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB) e o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (Podemos). A eles Hildebrandt apresentou uma Blumenau à procura de parceiros. Destacou números e feitos da gestão, marcou a retomada dos eventos públicos, como Natal, Réveillon e Sommerfest, mostrou projetos futuros, a exemplo do Mercado Público, e insinuou que, com apoio estadual, faria mais.
A plateia incluiu os deputados federais Ângela Amin (PP) e Coronel Armando (PSL), prefeitos do Vale do Itajaí, o ex-deputado e líder do Podemos Paulinho Bornhausen, além de representantes dos partidos que apoiam a administração municipal. A intenção era passar o recado de que o prefeito de Blumenau é a liderança a ser cortejada por quem deseja conquistar os votos do Vale.
Tão enfática quanto a presença de quatro postulantes declarados ao governo foi a ausência do quinto convidado, Carlos Moisés (sem partido). A festa fora marcada no sábado para casar com a agenda do governador. Ele havia respondido com um “talvez, a gente vai conversando” e não apareceu, tampouco mandou representante. Resultado da aproximação de Hildebrandt com a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) na segunda interinidade dela, as relações de Blumenau com a Capital congelaram. Na próxima sexta-feira (29), Moisés tem agenda prevista em municípios do Médio Vale, como Pomerode e Timbó. Até o momento, a maior cidade da região está fora do roteiro.
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O lugar vazio à mesa do jantar germânico oferecido aos presentes ficou flagrante. Se deveria funcionar como gesto de aproximação, o evento na Vila Germânica acabou por reforçar a impressão de que não há mais pontes possíveis entre Hildebrandt e Moisés. O que, por consequência, escancara uma oportunidade aos concorrentes do governador.
O movimento do prefeito de Blumenau serve para acumular capital político. Para ele e para o Podemos. De prático, em 2022 o partido ganha um argumento a mais para pleitear lugar numa chapa majoritária. Para quem? Provavelmente Bornhausen. Ou um nome do Vale do Itajaí.
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