A nota divulgada pelo empresário Luciano Hang contra a violência bolsonarista em Brasília neste domingo (9) contrasta com a do governador Jorginho Mello (PL). O tom crítico e direto do dono da rede de lojas Havan, aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas Eleições 2022, fez o posicionamento do governador de Santa Catarina soar tíbio diante da quebradeira no coração da República.
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Disse Hang: “A democracia não combina com atos de vandalismo e sim com diálogo, jamais com violência. Precisamos respeitar as leis e instituições. Manifestações são legítimas quando ocorrem de maneira pacífica. Lamentável ver patrimônios públicos serem depredados desta maneira”.
O empresário chamou as invasões dos Poderes de “vandalismo”, pediu respeito às instituições e lamentou a depredação.
Jorginho, por sua vez, afirmou:
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“Precisamos trabalhar pelo país, de olho nos valores que acreditamos e defendemos, mas jamais com uso da violência. É preciso lembrar os comportamentos que tanto criticamos e agir diferente. Manifestações são legítimas quando são pacíficas”.
Antes de tratar o movimento como ilegítimo, o governador fala nos “valores que acreditamos” e menciona “comportamentos que tanto criticamos”. A retórica é a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São frases para o bolsonarismo, adicionadas ao recado geral de que Jorginho não tolera a violência como ferramenta política.
Luciano Hang não tem mandato. Manifestou-se após o quebra-quebra para riscar uma linha entre a militância dele pró-Bolsonaro e o terrorismo praticado contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Jorginho Mello evitou indispor-se, no oitavo dia de mandato, com a ala radical do bolsonarismo catarinense que ajudou a elegê-lo. Para governar, precisará dela. Tem também o exemplo de Carlos Moisés (Republicanos), que abandonou o movimento bolsonarista de largada, em 2019, e terminou carimbado como traidor.
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Àquela época, porém, ninguém ainda havia tentado dar um golpe quebrando as sedes da República. E Jair Bolsonaro despachava no palácio agora depredado.
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