O Papai Noel tem data marcada para chegar a Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. No domingo, o Bom Velhinho será recepcionado pela população no Parque da Cidade em meio a foguetório e apresentações musicais. Mas o Bom Velhinho deve achar a cidade um tanto quanto apagada para a época do ano. Faltam nas ruas as luzes e enfeites contratados pela prefeitura para as festas. 

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A empresa que venceu a licitação não instalou o material no prazo combinado. A história do Natal frustrado repete-se em pelo menos outras três cidades de Santa Catarina.

Era para ser o Natal da recuperação de Ituporanga após os piores momentos da Covid-19. A cidade planejou investir R$ 150 mil na decoração, quase cinco vezes mais que o usual. Feita a licitação, a vencedora BRE Decorações, do Paraná, tinha até 5 de dezembro para deixar tudo pronto. Mas nada foi instalado até o momento.

— A gente sabe que tira o brilho do Natal para as nossas crianças, para o nosso povo que está há dois anos sem poder se encontrar, celebrar, em razão da Covid, mas vamos fazer de tudo para que, mesmo sem a iluminação, o Natal ocorra da melhor forma — lamenta o procurador do município, Hugo Freitas.

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A história repete-se em Balneário Piçarras e Navegantes. A maior parte dos itens da decoração natalina contratados com a mesma empresa não está nas ruas. Papai Noel chegou, atende às famílias na casa montada para a criançada, mas sem a iluminação encomendada pelo poder público.

Em Balneário Camboriú, a BRE ficou responsável por decorar 14 pontos diferentes, segundo a Secretaria de Turismo. As luzes dos molhes foram parcialmente entregues, assim como a árvore iluminada à beira-mar. Mas o secretário Geninho Goes estima que menos da metade do contratado está nas ruas.

— A empresa não cumpriu seu papel. O poder público fez como deve ser feito, e com antecedência — lamenta.

Em Blumenau, segundo a Secretaria de Turismo e Lazer, a empresa entregou a maior parte do que se comprometeu a instalar. Itens da BRE estão em vias como XV de Novembro, Curt Hering e na Praça do Remador. Mas a Beira-Rio ficou sem iluminação. Como a empresa extraplou demais o prazo, o município comunicou que não quer mais o material.

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Prefeituras prejudicadas dizem que pretendem abrir processos para punir a empresa, na esfera administrativa e também na judicial. Alegam que ficaram sem plano B, uma vez que não havia mais tempo hábil para refazer a concorrência pública.

Contraponto

A coluna entrou em contato por telefone com a BRE Decoração, de São José dos Pinhais (PR). O representante da empresa, que se identificou como Júnior, afirmou apenas que passa por dificuldades financeiras para obter insumos necessários às instalações. Ele informou que respondeu às notificações enviadas por prefeituras e que não daria entrevista.

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