Quantos votos nulos, brancos e eleitores ausentes haverá no primeiro turno das Eleições 2020 em Blumenau? Essa é a pergunta que ronda todas as campanhas, a prefeito e a vereador, nesta véspera da votação. A resposta, a ser conhecida na noite de domingo (15), pode impactar tanto o resultado da disputa pela prefeitura quanto a corrida pela Câmara.

Continua depois da publicidade

Excluídos os nulos, brancos e ausências, tem-se o número total de votos válidos. São eles que contam, afinal. Os demais vão para a lata do lixo.

> Receba notícias de Blumenau e do Vale por WhatsApp. Clique aqui e entre no grupo do Santa

Isso é importante no cenário em que o prefeito e candidato à reeleição Mário Hildebrandt (Podemos) aparece com 40,7% dos votos válidos na última sondagem da Paraná Pesquisas. Para vencer no primeiro turno, ele precisa superar 50%. Faltariam quase 10 pontos percentuais, não é pouca coisa.

Porém, a pesquisa não dá conta de aferir quem deixará de ir às urnas, com ou sem justificativa. Nas últimas duas eleições municipais, brancos, nulos e ausentes somaram cerca de 22,5% dos eleitores inscritos. Com quase 2 mil blumenauenses em tratamento para coronavírus e a expectativa de que uma parcela dos grupos de risco não compareça por receio, as projeções dos partidos superam 30%.

Continua depois da publicidade

A abstenção alta pode vir a beneficiar Hildebrandt, porque o caminho para a vitória antecipada ficaria mais curto, mas ele também tem razões para preocupar-se com ausências no domingo. Conforme a Paraná Pesquisas, eleitores com mais de 60 anos são os que estão mais propensos a apoiar o atual governo. Nesta faixa etária, o prefeito tem 40,3% dos votos totais, quando brancos e nulos também contam. No geral, ele tem 33,2% das intenções de voto.

> “Quem estiver sem máscara não vai votar”, alerta juíza eleitoral de Blumenau.

Entre os que brigam por uma vaga no segundo turno, João Paulo Kleinübing (DEM) conta com 17,6% entre os idosos, mas também alcança melhor resultado entre os jovens de até 24 anos (17,8%). No total, ele está com 15,2%.

Os eleitores de Odair Tramontin (Novo) são mais numerosos nas faixas etárias até 44 anos. Conforme a pesquisa, os piores resultados dele ocorrem entre eleitores mais velhos. O mesmo ocorre com Ricardo Alba (PSL). No caso do deputado, porém, as intenções de voto estão ainda mais concentradas entre pessoas com menos de 35 anos de idade.

> Upiara Boschi: Blumenau confirma a regra sobre tentativas de censurar pesquisas eleitorais.

Outro fator a se considerar é o gênero. Kleinübing tem mais intenções de voto entre as mulheres — que expressam maior preocupação com a Covid-19. Com Alba e Tramontin, ocorre justamente o contrário. No caso de Hildebrandt, há equilíbrio.

Continua depois da publicidade

Câmara

Para os candidatos a vereador, o número de ausências influencia diretamente o cálculo de quantos votos serão necessários para garantir uma cadeira. Com brancos, nulos e abstenções fora da conta, a disputa fica mais apertada.

Com o coronavírus em ascensão, quem representa comunidades onde há surtos neste momento pode ser prejudicado. Da mesma forma, aqueles que contam com muitos votos de eleitores acima dos 60 anos correm grande risco.

Não custa lembrar: o voto segue obrigatório, mesmo para eleitores dos grupos de risco. Só terão justificativa para ausência os doentes. Com atestado médico.

Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto no WhatsApp. Basta clicar aqui.