Os primeiros 12 dias de campanha das Eleições 2020 em Blumenau demonstraram quão difícil é comparar as candidaturas só pelas redes sociais. Entre a curiosidade do eleitor e os conteúdos produzidos pelos 12 candidatos a prefeito há o filtro dos algoritmos das plataformas. O resultado é que, mesmo quem tem a curiosidade de seguir todos os 12 candidatos, precisa fazer um esforço para distinguir discursos e propostas.
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Essa fragmentação dos debates tende a ser amenizada pela campanha em rádio e televisão, que começa nesta sexta-feira (9). Com periodicidade e frequência, as candidaturas terão maior tempo de contato com o eleitor. A ver se as estratégias de comunicação mudarão nesta fase mais aguda da disputa.
> Veja quais candidatos terão maior tempo de televisão em Blumenau.
Abaixo vai um resumo do que os 12 candidatos ofereceram na primeira etapa da campanha em Blumenau:
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Ana Paula Lima (PT)
A candidata passou os últimos dias postando fotos de locais que visitou, como sindicatos, entidades e vias dos bairros. Fez lives sobre violência doméstica e humanização do parto. De concreto, lançou um plano chamado Blumenau Solidária, com ações sociais e de qualificação profissional. Ana também lançou uma iniciativa de financiamento coletivo da campanha.
Déborah Arenart (Cidadania)
Prometeu reduzir a 48 horas o tempo para emissão de licenças à abertura de empresas. Visitou hospitais e entidades de classe. Questionou por que não há um cartório (órgão da Justiça) junto à maternidade do Hospital Santo Antônio. Logo nos primeiros dias, mostrou um terreno coberto de entulho ao lado de um condomínio no Passo Manso e sugeriu a construção de um parque.
Geórgia Faust (PSOL)
Vídeos da candidata conversando com o espectador num tom pessoal foram a principal ferramenta de comunicação do PSOL até aqui. Seja em falas curtas, onde desmente o que chama de fake news, ou em sucessivos Stories de Instagram, Geórgia adota a informalidade. Na maior parte das postagens, são discutidos temas e posicionamentos nacionais do partido. Quando o assunto é plano de governo municipal, são promovidas lives temáticas.
Ivan Naatz (PL)
Na quarta tentativa de chegar à prefeitura, Naatz tem usado vídeos bem produzidos para criticar gestões anteriores em pontos específicos, como as pontes do Centro e o Parque das Itoupavas. Propôs um novo traçado de ponte, mas não aprofundou as vantagens dele. Assuntos da eleição são intercalados com a atividade na Assembleia Legislativa. Até aqui, foi o único candidato a fazer referência explícita contra um concorrente — criticou Kleinübing por não usar o fundo eleitoral.
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Jairo Santos (PRTB)
Na largada da campanha, não perdeu oportunidade de associar a própria imagem à do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Jairo prometeu não usar recursos do fundo eleitoral na campanha e centrou as postagens em críticas ao que chama de “velha política” e à corrupção. Os conteúdos mesclam fotos do candidato com mensagens curtas. Até o momento, praticamente não usou vídeos.
João Natel (PDT)
A agenda do candidato, com visitas a entidades e ruas da periferia, predominam nas postagens do pedetista. Até aqui, Natel tem usado com frequência a combinação de fotos e textos, sem falar diretamente ao eleitor por vídeos. Exceção para a live que lançou a candidatura, no dia 27 de setembro. Os conteúdos descrevem mais o que a campanha tem ouvido da comunidade do que propostas da candidatura.
João Paulo Kleinübing (DEM)
A campanha do ex-prefeito elegeu desenvolvimento econômico e emprego como temas prioritários neste início de campanha. Comparou números dos dois governos dele com a crise econômica atual. Fotografias antigas, no estilo #tbt, completam o cardápio de conteúdos. Na última semana, prometeu não usar recursos do fundo eleitoral na campanha — aderindo a uma bandeira que o partido Novo vinha carregando.
Mário Hildebrandt (Podemos)
O candidato à reeleição tem enfatizado obras em execução, como a pontes do Mirelo, no Garcia, e a duplicação da Adolfo Konder, no Centro, repetindo bordões como: “Projeto bom é projeto feito” e “O futuro é agora”. Toda visita do prefeito a ruas e estabelecimentos comerciais — muitas vezes acompanhado da vice, Maria Regina — é registrada e postada. Trechos bíblicos costumam abrir os dias de postagens, como ele já costumava fazer antes da eleição.
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Mário Kato (PCdoB)
Em vídeos sem grande estrutura de produção, o candidato tem usado um quadro negro como apoio para manifestar críticas e planos. Nesta semana, discordou da decisão de liberar a volta às aulas em Santa Catarina. Kato usou o mesmo recurso para falar sobre a Petrobras e para apresentar-se aos eleitores, no primeiro dia de campanha. Com frequência, usa o próprio perfil no Facebook para apoiar os candidatos a vereador do partido.
Odair Tramontin (Novo)
O histórico pessoal, desde a origem familiar até a carreira como promotor de Justiça, teve grande destaque na largada da campanha de Tramontin. Apresentação do candidato e das bandeiras nacionais do Novo ocuparam a maior parte do espaço de propaganda até o momento, além de postagens para a mobilização de apoiadores. O candidato também compartilha com frequência frases de figuras célebres como Adam Smith, Albert Einstein e o Barão de Mauá.
Ricardo Alba (PSL)
Alba usou as redes sociais para apresentar eixos do plano de governo, com detalhamento do que pretende fazer se eleito. Publicou uma foto antiga ao lado de Jair Bolsonaro, na tentativa de colar a imagem à do presidente. Nos últimos dias, investiu em vídeos. Falando com a câmera, prometeu nunca mais reeditar o que chamou de “lockdown”, para não prejudicar empresários e empregados. E apresentou a própria biografia, ressaltando a ligação com Blumenau.
Wanderlei Laureth (Avante)
As redes do candidato revelam deliberadamente a simplicidade da campanha. Num post, Laureth comparou a rotina dele, trabalhando na empresa de climatização, com políticos que supostamente esbanjam dinheiro na eleição. Num vídeo recente, no formato selfie, mostrou o ribeirão ao lado da rodoviária e criticou as seguidas promessas de resolver o problema do mau cheiro e da falta de estrutura.
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