Houve um tempo, e não faz tanto assim, em que eleição era rotina no Brasil. Dizia-se até que havia perdido a emoção, tornado-se um ritual entediante. As pessoas estavam habituadas ao roteiro da disputa, conheciam o passo a passo e os protocolos de convivência entre os diferentes. Escolhiam-se os novos administradores do serviço público, quase sempre, sem sobressaltos graves.
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Até 2018, o mais próximo de um atentado contra um candidato a presidente da República havia sido uma bolinha de papel atirada na cabeça de José Serra (PSDB), em 2010. Brasileiros matando-se por divergência sobre em quem votar para ocupar o Palácio do Planalto, só em rincão sem lei, jamais num centro urbano.
Até outro dia, quem pregasse contra o voto eletrônico seria tratado como um doidivanas, gente suscetível a teorias conspiratórias por falta de informação ou de equilíbrio mental. Até as Eleições 2022, o Ministério da Defesa não tinha nada que ver com o processo eleitoral. Pela Constituição, continua não tendo.
A dois meses do primeiro turno, é tempo de refletir: por que a tal “festa da democracia” descambou para a violência gratuita no país? Que norma de convivência foi alterada a ponto de que se normalizasse a barbárie justo no mais solene processo democrático?
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Eleição precisa voltar a ser rotina no Brasil. Antes a monotonia do que a histeria. Antes a razão do que a emoção. Apurados os votos, haverá vencedores e vencidos, governo eleito e oposição, coalizões a serem construídas e cargos a serem preenchidos. Como sempre foi desde 1989.
Quando a política era previsível, não raro chata, e as eleições estavam cercadas de chavões cívicos, vivíamos em paz. Éramos felizes e não sabíamos.
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