Ao menos uma frente importante teve boas notícias em 2020 no Vale do Itajaí. O governo federal empenhou o maior volume de recursos para a duplicação da BR-470 desde 2013, quando fora assinada a ordem de serviço: R$ 171,7 milhões. Verba carimbada. Mesmo o que ainda não foi pago às empreiteiras está garantido para o próximo ano.

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O aporte representa um acréscimo de 38% em relação a 2019 (R$ 124,8 milhões) e só foi possível porque o Ministério dos Transportes fez sucessivas realocações orçamentárias para a obra catarinense ao longo do ano. O orçamento original era raquítico: R$ 73 milhões.

Símbolo desse avanço foi a entrega do complexo viário da Mafisa, em Blumenau, obra que integra o Lote 3, um dos mais atrasados. Também evoluíram no último ano os dois viadutos em Indaial, o acesso a Pomerode (em ritmo lento) e o Lote 1, entre a BR-101 e Navegantes. Se houvesse mais dinheiro disponível, o Lote 2, entre Gaspar e Ilhota, já estaria concluído.

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> Estado faz as contas para retomar obra da SC-108, em Blumenau.

Conclusão em 2023

A proposta de orçamento da União em 2021 prevê apenas R$ 59,5 milhões para a duplicação da BR-470, valor que deve ser acrescido por emendas parlamentares. Para cumprir a promessa do governo Jair Bolsonaro de concluir tudo até 2022, será preciso muito mais do que isso.

A previsão total de investimento nos 73 quilômetros é de R$ 1,2 bilhão. Até agora foram empenhados R$ 663 milhões. Ou seja, falta metade do dinheiro necessário. Seria preciso direcionar à BR-470 em apenas dois anos o mesmo valor garantido nos últimos oito.

A própria Lei de Diretrizes Orçamentárias enviada pelo presidente ao Congresso e já aprovada cita 2023 como o ano de conclusão da duplicação da BR-470. Sinal de que, na campanha de 2022, Bolsonaro terá um canteiro de obras a defender, e não uma rodovia pronta.

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A se confirmar esse cenário, seria mais um presidente a descumprir promessa feita ao Vale, mas ao menos com obras em aceleração.

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