Donos de vans, micro-ônibus e ônibus de Blumenau que operam linhas privadas de fretamento fizeram um protesto nesta manhã de segunda-feira (3). O ato foi uma reação à informação, publicada pela coluna há uma semana, de que Blumob e prefeitura veem o setor como um dos responsáveis pela dificuldade de recuperar usuários do transporte coletivo no pós-pandemia de Covid-19.

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Além das vans escolares, que já têm regulação própria, município e Blumob discutem o estabelecimento de novas normas para os veículos que atendem empresas. Eles atuariam como concorrentes do transporte público, sem ter de lidar com as mesmas obrigações da concessionária. A manifestação desta segunda, que incluiu uma carreata por ruas centrais, foi para contrapor essa avaliação.

Blumenau elege um culpado pelo baixo número de passageiros nos ônibus

— Não somos culpados pela diminuição da adesão dos usuários aos ônibus. Ficamos pasmos por eles terem colocado em xeque que nós somos regularizados — afirmou Virgínio do Nascimento Neto, que atua no transporte escolar e lidera o movimento.

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Neto diz que há cerca de 100 veículos atuando com fretamentos em Blumenau. Eles levam funcionários de empresas ao trabalho e, no retorno, muitas vezes deixam na porta de casa. Atendem em todos os turnos, mas o serviço é especialmente necessário a quem precisa de transporte depois das 22h nos dias de semana. Aos domingos, o transporte público para às 19h.

— Revolta eles dizerem que nós somos os culpados. Quando tem greve (no sistema público) e precisam da gente, eles ligam para avisar que nós podemos pegar as pessoas que ficam na mão — reclama Neto.

Cerca de 50 veículos participaram do manifesto, que começou num estacionamento às margens da BR-470 e seguiu com buzinaço por ruas centrais da cidade.

Contraponto

A Secretaria de Trânsito e Transportes divulgou uma nota sobre o protesto, que a coluna reproduz abaixo:

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Com relação ao manifesto realizado nesta manhã por representantes dos serviços de fretamento na cidade, a Prefeitura de Blumenau reitera que recebeu com surpresa a informação deste ato, já que não há em pauta neste momento nenhuma proposta de regulamentação ou alteração do serviço.

No fim do ano passado a Prefeitura de Blumenau encaminhou para a Câmara de vereadores um projeto de lei que visava garantir ainda mais a segurança de quem utiliza este serviço. Um dos objetivos era reduzir a idade da frota de 15 para dez anos, diminuindo o risco grande de depreciação dos automóveis assim como acontece no transporte coletivo, que tem idade de frota máxima estabelecida em oito anos. Além disso a proposta da Prefeitura ainda pretendia que os carros passassem anualmente por uma inspeção do Inmetro. O projeto de lei foi retirado de pauta em março.

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