O corte de uma araucária centenária na Rua Itajaí, em Blumenau, está sob investigação do Ministério Público. A pedido da promotoria, uma equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente Sustentável (Semmas) irá ao local na manhã desta quarta-feira (3) para averiguar a necessidade de remoção da planta, que ficava em um estacionamento. O corte, no mês de outubro, foi autorizado pela Defesa Civil sob o argumento de que a araucária estava doente. 

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A Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), que foi convidada a acompanhar a visita ao terreno, no Vorstadt, questiona se houve análise técnica que justificasse a medida drástica.​

— Quando é uma questão emergencial, a Defesa Civil pode mandar cortar. Não era o caso. O cidadão deveria requisitar para o órgão ambiental avaliar — critica o ambientalista da Acaprena Leocarlos Sieves.

A árvore, plantada ainda no século XIX, segundo a Acaprena, ficava no meio de um terreno onde funciona um estacionamento, próximo ao Hospital Santo Antônio, mas longe da calçada. Desde 2016, a araucária está na lista de espécies ameaçadas de extinção do Ibama. O procedimento no Ministério Público foi aberto pelo promotor regional do Meio Ambiente, Leonardo Todeschini.

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Rua 7 de Setembro

Outro corte de árvore em área urbana de Blumenau mobiliza os ambientalistas da Acaprena desde abril. Um exemplar da espécie viburno que ficava na esquina da Rua 7 de Setembro com a Namy Deeke e oferecia sombra aos pedestres que aguardavam o sinal para atravessar, desapareceu num domingo de manhã. Depois de meses tentando acesso a câmeras da Polícia Militar, do Seterb e de imóveis comerciais, a associação conseguiu imagens dos quatro homens que removeram a planta, no dia 18 de abril.

Os vídeos foram entregues à Polícia Civil, que investiga a situação. Porém, eles não foram suficientes para identificar a placa do veículo usado pelos responsáveis.

Comentário

Está fácil demais cortar árvores em Blumenau. Se uma araucária histórica vem ao chão sem grandes contratempos, que autoridade dará importância ao desaparecimento de um arbusto no passeio público?

Habitada há 171 anos, uma das cidades mais quentes de Santa Catarina ainda não aprendeu o valor da arborização.

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