Maior município do Médio Vale do Itajaí, com 45% da população, Blumenau naturalmente registra o maior número de mortes por coronavírus: 36 até 16h30min desta sexta-feira (24). Porém, quando se considera o número de habitantes, duas cidades vizinhas enfrentam quadros mais delicados. Sem que isso leve as prefeituras a tomar medidas rigorosas para revertê-los.
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O índice de vítimas da Covid-19 a cada 10 mil habitantes em Gaspar é de 1,72, o maior entre os 14 municípios da região. São 12 mortes no município vizinho. Depois vem Brusque, com 1,71 — 23 óbitos. Os dados são do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale (Cisamvi), atualizados com mortes divulgadas por Blumenau e Brusque nesta sexta.
Ascurra (1,26) e Guabiruba (1,26) também registram índices maiores, mas isso é resultado do pequeno número de habitantes. Apenas um cidadão de Ascurra morreu de coronavírus e, de Guabiruba, três.
O índice de Blumenau é de 1,01 morte para cada grupo de 10 mil habitantes, enquanto Indaial, quarto município mais populoso, tem 0,72, com cinco mortes.
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Medidas restritivas
Apesar dos números e das UTIs quase sempre lotadas no hospital da cidade, Gaspar manteve abertos o comércio de rua, academias, bares e restaurantes. Só restringiu os horários de funcionamento, seguindo a maior parte das recomendações da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi). Missas e cultos podem ocorrer aos sábados e domingos.
Em Brusque, a situação é semelhante. Bares e restaurantes podem abrir até 20h, de segunda a sexta, e até 14h de sábado. O Hospital Azambuja está com 100% dos leitos de UTI ocupados.
Como o Estado regula as UTIs e o Sistema de Saúde é Único, há um brusquense e cinco gasparenses em tratamento intensivo pelo SUS nos hospitais de Blumenau. Ao todo, 22% dos pacientes com Covid -19 em UTIs no Santo Antônio, Santa Isabel e Santa Catarina vieram de outras cidades.
Revisão dos decretos
Vencem a partir de domingo a maior parte das medidas restritivas decretadas pelos prefeitos do Médio Vale nesta semana. É provável que muitas delas sejam prorrogadas. Isso se o governo estadual não retomar para si a responsabilidade de decretar quarentenas em Santa Catarina.
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Em Blumenau, a prefeitura vem condicionando a reabertura ao alívio nos números de casos e internações, o que ainda parece distante. O lema da campanha publicitária que está no ar é bastante claro: “Se você não parar, Blumenau não vai voltar“. Do mesmo modo, a carta aberta aos empresários sugere que as coisas não mudarão em questão de dias.
Por outro lado, flexibilizações para celebrações religiosas, supermercados e hotéis demonstram que, a depender da intensidade da pressão, o poder público pode ceder.
O Médio Vale como um tudo precisará esforçar-se mais para conter o colapso sanitário que se avizinha.