Os três representantes de Blumenau na Assembleia Legislativa de Santa Catarina apoiaram a abertura do processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) e a vice, Daniela Reinehr (sem partido). A votação, na noite desta quinta-feira (17), abre caminho para a instalação de uma comissão com deputados e desembargadores do Tribunal de Justiça, responsável por julgar o caso.
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> Pedido de impeachment de Moisés é aprovado; veja como votaram todos os deputados
A única surpresa, entre os deputados estaduais por Blumenau, foi o posicionamento de Ricardo Alba (PSL), defensor do governo Moisés durante os quase dois anos de mandato. Mesmo quando o governador afastou-se do bolsonarismo, Alba havia permanecido fiel à administração. Desta vez, disse que o mesmo eleitor que deu 71% de votos a Moisés agora o queria fora do cargo.
— Não foi por falta de aviso. Em inúmeras oportunidades, estivemos na Agronômica (residência do governador) falando que a relação com a Assembleia Legislativa estava péssima — justificou Alba.
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Ivan Naatz (PL) e Ismael dos Santos (PSD) também apoiaram a admissibilidade do processo de impeachment de Moisés e Daniela. Naatz criticou o distanciamento do governo em relação à Alesc e a ausência de gestos ao Parlamento. Citou um almoço do governador em Blumenau para o qual só Alba teria sido convidado.
— Não pode governar um Estado quem não conhece a palavra governabilidade — criticou.
Ismael, que havia integrado a comissão especial da Assembleia reponsável por analisar o pedido de impeachment antes de levá-lo ao plenário, voltou a apoiar a admissibilidade do processo.
— A Assembleia recebe um passaporte. Teremos tempo hábil para desenhar uma Santa Catarina diferente da que está aí — analisou.
Outro deputado pela região, Laércio Schuster (PSB), de Timbó, criticou a falta de habilidade política de Moisés. Para o parlamentar, o governador “é um homem de boas intenções, mas faltou preparo e experiência”.
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— Demorou um ano e meio para o governador me receber, mas acho que foi tarde demais. Tivemos, infelizmente, à frente de cargos públicos do secretariado, pessoas que não gostavam de conversar, de ouvir e democratizar — discursou.
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