Uma conversa sobre política e o papel das forças militares no país convenceu os manifestantes que pediam intervenção militar diante do 23º Batalhão de Infantaria, em Blumenau, a desmontar acampamento, na segunda-feira (9). O subcomandante da unidade, tenente-coronel Leonardo Vagner do Nascimento Moreira, deu uma pequena palestra aos presentes, ladeado pelo sargento Diogo Maciel, da Polícia Militar. Um vídeo publicado em redes sociais mostra parte da negociação.
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Nas imagens, Moreira explica o papel de instituições, como o Congresso Nacional, na resolução de divergências entre os cidadãos. E defende que os representantes em Brasília sejam cobrados pela população.
— Se cada um resolver fazer o que acha que é certo, a gente não tem país, não tem mais nada. Ficaremos tão radicais quanto qualquer outro radical — afirmou, sob protestos.
O militar fez uma defesa do Batalhão de Infantaria em Blumenau e lembrou do papel que desempenha o Exército no atendimento emergencial às catástrofes climáticas no Vale do Itajaí:
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— Vocês vão ficar com raiva do 23º BI? Vai ter uma enchente, quem vai ajudar a gente vai ser o 23º BI.
Interrompido por uma mulher inconformada, Moreira citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao dizer que “o Brasil não vai acabar”. Entre outros protestos, afirmou, apontando para Maciel, que a Polícia Militar não pode escolher qual decisão cumprir. Era uma menção à ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para desmobilizar os protestos antidemocráticos depois da quebradeira em Brasília, no domingo passado.
Apesar da discordância e do clima de irritação, os presentes concordaram em deixar o local. As barracas foram desmontadas e, no fim da tarde de segunda-feira, já não havia acampamento. Nesta terça, uma equipe do município foi à Rua Amazonas para limpar os canteiros. Apenas cartazes permaneciam pendurados.
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