Dois políticos que já governaram Blumenau disputarão o segundo turno das Eleições 2020. Quem esperava uma réplica do terremoto político de dois anos atrás viu a prevalência de grupos tradicionais sobre bolsonaristas e candidatos a outsider. O eleitor revelou aversão ao risco e fadiga com o debate político. Na dúvida, optou pela estabilidade.
Continua depois da publicidade
> Quer receber as últimas notícias de Blumenau e região via Whatsapp? Entre no grupo do Santa.
O prefeito e candidato à reeleição Mário Hildebrandt (Podemos) enfrentará o ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) num segundo turno de semelhantes. Não só porque Kleinübing lançou o agora adversário para o mundo da política, em 2005, na Secretaria de Assistência Social. São dois políticos com posicionamentos e até perfis parecidos.
> Hildebrandt e Kleinübing vão disputar o segundo turno em Blumenau.
> Quem são os 15 vereadores eleitos em Blumenau.
Continua depois da publicidade
O blumenauense preferiu pragmáticos que lideraram governos com alianças robustas na Câmara de Vereadores, cedendo espaço a partidos tradicionais, como PSDB e MDB. Que defendem pontos de vista à direita e declararam voto em Jair Bolsonaro. Que comportam-se como apaziguadores, e não incendiários.
Estão em campos opostos por circunstâncias da política. Caso compusessem projeto único, o fariam sem qualquer dificuldade ideológica ou de método. A diferença está na interpretação do eleitor sobre o que representam no atual contexto político.
Hildebrandt conseguiu a proeza de ser percebido como novo sentado na cadeira em disputa. Não é herdeiro de uma tradição e nem tem a carreira atrelada a um partido, até porque não parou muito tempo em nenhum. Kleinübing representa uma linhagem da política catarinense, aquilo que o eleitor rejeitou em 2018. Recorre à memória do blumenauense traçando comparações entre passado e presente, sustentando que a vida já foi melhor.
> Dez curiosidades sobre a história das eleições para prefeito de Blumenau.
Nesta segunda etapa, as campanhas precisarão dar relevo às diferenças, mesmo as mais sutis. Terão diante de si eleitores pouco dispostos a brigar pelas candidaturas. O clima é outro.
Continua depois da publicidade
Tanto a votação quanto pesquisas qualitativas demonstram que o blumenauense não pretende dispensar muita energia na eleição. A maioria nem sequer topa manifestar as preferências em público. É um cenário que fortalece a permanência, não a mudança. Um obstáculo enorme para a campanha oposicionista nas próximas duas semanas.
Entretanto, Hildebrandt estará sob a constante ameaça de uma crise de imagem no momento mais decisivo. E a pandemia de coronavírus já mostrou ser fonte inesgotável de incerteza para os políticos. Kleinübing depende desse imponderável para reverter a desvantagem.
Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto no WhatsApp. Basta clicar aqui.