Há um mês o número de casos de Covid-19 em Blumenau não para de crescer. Uma ascensão lenta, silenciosa, mas que já começa a refletir-se nos atendimentos em hospitais da cidade. É a quarta vez que a pandemia dá esses sinais à cidade. Nas três experiências anteriores, ondas de contágio deixaram um total de 534 mortos pela doença e um número incerto de pacientes sequelados.
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Apesar do sobe-desce dos gráficos, especialistas alertam que não é possível prever qual será a intensidade ou a duração da nova onda de contágio. Mas os números indicam que ela já começou.
1 – Novos casos em Blumenau
A média móvel diária de casos diagnosticados de coronavírus em Blumenau chegou a 110,6 no domingo (6), considerados os dados dos sete dias anteriores. Esse indicador cresce desde o dia 5 de maio, data em que a média móvel bateu em 76 casos por dia. Piso tão alto que gera debates: uma nova onda começou ou a anterior nem mesmo terminou?
De qualquer maneira, há uma tendência de alta que sucede período de estabilidade. Movimento que confirma previsão do infectologia Ricardo Freitas ao Santa, em maio.
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2 – Casos ativos de Covid-19
Por consequência, o número de doentes simultâneos aumenta também. A semana começa com 776 moradores de Blumenau em tratamento conta a Covid-19. Destes, 710 estão em isolamento domiciliar, segundo a prefeitura. Os demais estão em hospitais.
Na sexta-feira (4), durante a live do município transmitida em redes sociais, o secretário de Promoção da Saúde, Winnetou Krambeck, alertou que os gráficos indicam o risco de uma nova onda e pediu cuidados à população.
3 – Internações nos hospitais
Domingo à noite havia 48 pacientes com coronavírus internados em UTIs de Blumenau. O número vem aumentando desde quarta-feira (2), quando eram 41. Nas enfermarias, a nova onda de atendimentos já é perceptível há mais tempo. De um piso de 24 internações, no dia 10 de maio, os hospitais já contam 44 pacientes ocupando leitos.
O infectologista Amaury Mielle, lembra que o aumento de casos e internações no Sul do Brasil, incluindo regiões do Rio Grande do Sul e do Paraná, vem num período de atenção com a variante Delta do coronavírus, primeiro detectada na Índia.
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— Há uma precaução entre nós infectologistas de que a gente venha a ter a predominância da variante Delta, porque o ritmo da vacinação não está indo de acordo — analisa.
4 – Mobilidade
Indícios de uma nova onda vêm acompanhados do aumento na circulação de pessoas. Segundo dados da Rede Análise Covid-19, que envolve 84 pesquisadores brasileiros, com base em dados de mobilidade da Google, há mais blumenauenses nas ruas, parques, comércios, supermercados e no transporte público.
O feriado de Corpus Christi, em que houve deslocamentos de famílias a outras cidades e estados para lazer e turismo, também pode acelerar a transmissão do vírus nas próximas semanas.
5 – Vacinação
A campanha de vacinação contra o coronavírus é a principal esperança de que a nova onda seja menos trágica que as anteriores em Blumenau. Grupos vulneráveis estão mais protegidos e, com mais pessoas imunizadas, a circulação do Sars-Cov-2 deve ser dificultada. Porém, os índices de vacinação ainda baixos mantêm o risco de proliferação da doença.
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Até domingo, só 34 mil blumenauenses haviam tomado as duas doses da vacina, o equivalente a menos de 10% da população.
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