O avanço do projeto milionário de urbanização da margem esquerda do Itajaí-Açu, em Blumenau, que na última semana atraiu o interesse de quatro empreiteiras, enseja a retomada de um assunto que anda esquecido. Está na hora de voltar a falar sobre a passarela cruzando o rio entre a Prainha e a região do Centro Histórico. Seria um desperdício não construí-la.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp

Em 2011, como resultado de um concurso nacional de arquitetura lançado pelo município e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), terminou selecionado o ambicioso projeto do Estúdio América, de São Paulo. Bastante criticado à época, pelo tamanho e pelo custo, ele também incluía a ponte da Rua Rodolfo Freygang com a Rua Chile.

Vieram as eleições de 2012 e a ideia de uma ponte na curva do rio, mais barata, mas que nunca saiu do papel, pôs a passarela em segundo plano. Na guerra das pontes, só se falava de carros e ônibus. Ninguém se preocupou com o circuito ciliar.

Em que pese a reação negativa inicial e a discussão improdutiva posterior, está cada vez mais evidente a função importante que a ligação para pedestres desempenharia no Centro de Blumenau. Com a Prainha e a margem esquerda prontas e conectadas à Ponte de Ferro (prestes a ser reformada), estará criado um circuito ciliar com três quilômetros de extensão.

Continua depois da publicidade

Será possível caminhar, correr, patinar ou pedalar imerso no cenário mais aprazível de Blumenau. Poucas cidades do país têm uma cenografia como essa à disposição de moradores e turistas. E ainda há o desejo de recuperação do antigo porto, unindo a beira do rio com um parque às margens do Ribeirão Garcia — ideias que integram o projeto da sede própria da Câmara de Vereadores. Sem a conexão na curva do rio, todavia, o trajeto nunca estará completo.

O secretário de Planejamento Urbano, Éder Boron, afirma que a passarela segue nos planos. A ideia é incluir os custos da construção como contrapartida para mitigar impactos de empreendimentos imobiliários no Centro.

Depois de tanto tempo perdido, é hora de olhar para a frente.

Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto do Whatsapp

Leia também

Políticos de Blumenau tentam protagonizar mudanças na lei penal após ataque a creche

Que fim levou o aplicativo Cidade Jardim, da prefeitura de Blumenau

Fechado há seis anos, antigo prédio do Besc em Blumenau preocupa vizinhos

O que o governo Lula cumpriu nas rodovias de SC e o que deixou de entregar