A licitação para escolha da cervejaria (ou das cervejarias) oficial da Oktoberfest Blumenau virou um problema político para o governo Mário Hildebrandt (Podemos). O prefeito teve de entrar em cena nesta semana para tirar a organização da festa das cordas, depois que um movimento de cervejeiros artesanais por melhores condições de concorrência conquistou apoios nos bastidores. A intenção é desanuviar o ambiente no momento em que irá para a rua a campanha Oktoberfest Artesanal, nesta quarta-feira (8).
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Na terça, Hildebrandt conversou por telefone com o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Renato Medeiros. Expôs as razões econômicas que impediriam o município de atender às reivindicações das empresas locais. Como adiantou o colega Pedro Machado, a Acib está disposta a apoiar o setor cervejeiro, embora Medeiros tenha falado em encontrar um “meio termo”.
Dentro do governo, a avaliação é de que a reação chegou tarde demais. Desde janeiro as cervejarias da região vêm solicitando apoio a formadores de opinião no meio empresarial. A Associação Vale da Cerveja e o Sindicato das Indústrias de Bebidas de Santa Catarina conquistaram simpatia na Federação das Indústrias (Fiesc) e entre entidades do turismo regional. Depois puseram o bode na sala ao tornar público o debate, por meio da imprensa. Somente quando a Acib decidiu apoiar o movimento, em reunião segunda-feira (6), percebeu-se que o clima político pendia para o lado das artesanais.
Tardia ou não, a ação do governo em sentido contrário é delicada. Porque envolve um setor popular, que deu à cidade o título de Capital Nacional da Cerveja. O lema “Nossa Festa, Nossa Cerveja” cai bem a ouvidos blumenauenses e também de visitantes. E a ninguém interessa transformar a questão em crise.
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Por enquanto, a contraofensiva procura explicitar a importância estratégica dos milhões arrecadados com a cervejaria oficial para o turismo de Blumenau o ano todo. As perdas com as mudanças solicitadas no edital, calculadas pela organização da Oktoberfest em R$ 30 milhões nos próximos cinco anos, prejudicariam outros eventos, como Natal e Páscoa. A posição defendida é: se as artesanais em consórcio quiserem disputar com Ambev e outras gigantes do setor em igualdade de condições, serão bem-vindas ao certame.
Porém, a essa altura, talvez o governo terá de ceder em algum ponto para encontrar o tal “meio termo”.
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