Uma semana depois da turba golpista invadir as sedes dos três poderes, o cerco sobre quem pagou pelos ônibus que saíram de Santa Catarina rumo a Brasília se fecha. Os financiadores do ataque à democracia devem pôr as barbas de molho. Há rastros evidentes e numerosos para que Polícia Federal e Justiça identifiquem e punam os organizadores da ação.

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Em Blumenau, por exemplo, existe material farto demonstrando que as excursões de ônibus tiveram um ou mais patrocinadores. Mensagens de WhatsApp convocaram interessados em participar do golpe, prometendo até sete ônibus gratuitos. Um empresário sentiu-se à vontade para gravar o chamado em vídeo — segundo o Fantástico, da Rede Globo, Otto Guilherme Vieira é um dos investigados pela Polícia Federal. Ele ainda não se manifestou sobre o assunto.

Invasões e quebradeira em Brasília tiveram participação de caravanas de Blumenau

Exibicionistas, os bolsonaristas radicais registraram em vídeo desde a chegada à Capital Federal até a quebradeira do patrimônio público. Facilitaram o trabalho dos investigadores. Dezenas de ônibus já foram identificados. Cada um possui lista de passageiros, com telefone e CPF. São centenas de potenciais depoentes que podem revelar como cada excursão foi organizada.

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Por último, as autoridades têm uma ferramenta certeira para lançar mão na busca pelos financiadores: o PIX. A transferência digital que transformou as relações financeiras no país facilitou as vaquinhas — e o trabalho da polícia. Se não for possível seguir os inúmeros rastros deixados pelos mentores da tentativa violenta de golpe, movimentações bancárias podem fazer o serviço.

Empresário de Blumenau do ramo de armas é investigado por patrocinar atos golpistas

A operação da Polícia Federal desta segunda-feira (16) no Rio de Janeiro, que cumpre três mandados de prisão contra organizadores de atos antidemocráticos em Brasília e diante de quartéis, sugere que não será necessário muito tempo para seguir a trilha do dinheiro e reconstituir quem atuou na origem de crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais.

Se os financiadores do ataque à República foram tão descuidados quanto parece e a disposição do Judiciário para puni-los com rigor se confirmar, em poucas semanas eventuais suspeitos passarão a ser chamados de réus.

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