O Carnaval 2023 acabou há uma semana, mas em Blumenau a folia ainda foi capaz de provocar um debate surreal. Nesta terça-feira (28), o vereador Ailton de Souza (PL) cogitou incluir no calendário do município a festa que para o Brasil por quatro dias. Uma forma de institucionalizar e proteger o Carnaval, que neste ano quase foi proibido Salto do Norte, onde a escola Mocidade Unidos do Salto do Norte promove desfiles há quase duas décadas. Mas a ideia, tão inusitada quanto justificável, enfrentou oposição.

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Ito, como é conhecido o parlamentar, apresentou um requerimento que questiona o Executivo sobre a possibilidade de o Carnaval fazer parte do calendário oficial de eventos, que é previsto em lei. Outros 11 vereadores concordaram, mas Jovino Cardoso (Solidariedade) e Silmara Miguel (PSD) votaram contra. Os dois representam setores de igrejas evangélicas.

O requerimento terminou aprovado por maioria, mas Ito foi à tribuna criticar os colegas. Disse que nunca havia votado contra projetos de interesse das igrejas. E defendeu o Carnaval, citando as dificuldades da escola de samba no Salto do Norte, no desfile do dia 19:

— Eu vi a dificuldade dos foliões empurrando carro alegórico morro acima em dia de chuva.

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Ito sugeriu que a cidade resgate os bailes de Carnaval promovidos em salões e desfiles de rua. Ele recebeu o apoio de Maurício Goll (PSDB) e Bruno Cunha (Cidadania), que falou em “bloquinhos” — até o início dos anos 2000, um bloco de sujos saía pela Rua XV de Novembro. Jovino e Silmara não usaram a tribuna para argumentar em contrário.

Incluir o Carnaval no calendário chega a parecer piada. Infelizmente, a provocação é necessária. Quem sabe do absurdo nasça um movimento para dedicar maior espaço à folia em Blumenau.

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Carnaval provoca debate surreal na Câmara de Vereadores de Blumenau

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