Muito se falou sobre as semelhanças entre os candidatos a prefeito de Blumenau no segundo turno das Eleições 2020. De fato, eles têm ideias, temperamento e base política semelhantes. Os próximos quatro anos da cidade já têm direção mais ou menos definida.

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Porém, a seis dias da votação decisiva, importam mais as diferenças do que as coincidências. São aspectos menos aparentes, mas que ajudam a projetar como João Paulo Kleinübing (DEM) ou Mário Hildebrandt (Podemos) administraria o município até 2024.

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Base política

Kleinübing governou oito anos com apoio e influência dos empresários. Nesta campanha, isso está ainda mais evidente, com a presença do ex-presidente da Acib Ronaldo Baumgarten Júnior na chapa.

Hildebrandt ascendeu à política a partir de igrejas e comunidades terapêuticas. É o núcleo fundamental de sua trajetória. A força que esse segmento tem sobre o governo ficou clara no primeiro pico de Covid-19.

Parceiro primordial

No governo Hildebrandt, o PSDB é o parceiro de primeira hora. Indicou a vice, Maria Regina Soar, e elegeu dois vereadores para a próxima legislatura.

Kleinübing sempre teve como sócio prioritário o PP. Desta vez, também tem papel de relevo o PSD, liderado no Estado pelo deputado Júlio Garcia.

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Todos os partidos citados, incluindo o MDB, participaram das duas gestões.

Execução x planejamento

Hildebrandt focou o tempo que teve como prefeito na execução de obras iniciadas ou de prazo curto. O prefeito apresenta-se como alguém que pensa o presente sem descuidar do futuro.

Kleinübing dedicou parte do governo a projetar obras de longo prazo e obter financiamentos. Enfatiza a própria capacidade de pensar a cidade e prepará-la para o futuro, iniciando a construção desde já.

Estilo de governar

Ambos são descritos como gestores exigentes e centralizadores, que gostam de ter controle sobre detalhes. Kleinübing, entretanto, concedia certa liberdade a gestores de segundo e terceiro escalões, inclusive na relação com vereadores e imprensa.

Hildebrandt monitora tudo de perto e qualquer contato de subordinados com jornalistas passa pelo crivo da Secretaria de Comunicação.

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Gestão de crise

Kleinübing subestimou o tamanho do estrago que a operação Tapete Negro provocaria sobre a imagem dele e do governo. Demorou a reagir, mesmo que fora do cargo. Inocentado pela Justiça, paga o preço nesta campanha.

Hildebrandt agiu rápido para afastar-se de funcionários tóxicos, investigados pela polícia sob a suspeita de cobrar propina ou de superfaturar a merenda escolar. Nenhum dos episódios colou na imagem do prefeito.

Futuro político

Caso reeleito, Hildebrandt não poderá concorrer outra vez em 2024. Se desejar disputar um cargo estadual, ou terá de sair da prefeitura em 2022, ou aguardar dois anos sem mandato até 2026.

Kleinübing poderia vislumbrar um novo período de oito anos à frente da prefeitura. Ele garante que não deixará o município para concorrer em 2022. Uma vitória o reposicionaria no cenário estadual.

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Nos dois casos, a derrota significaria grande retrocesso nas pretensões políticas futuras.

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