A campanha das Eleições 2020 começa apenas no domingo (27), mas o período pré-eleitoral já indicou onde a disputa por votos em Blumenau será mais renhida. Enquanto em campanhas anteriores a Justiça Eleitoral precisava ocupar-se de adesivos, placas, outdoors e discursos presenciais, desta vez a arena são as redes sociais. Ao menos três páginas anônimas já tiveram conteúdos excluídos por infringirem a legislação das eleições.

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A última delas foi na terça-feira (22). A juíza Cíntia Gonçalves Costi mandou o Facebook derrubar conteúdos que atacavam o candidato a prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) no perfil Endireita Blumenau. Um dos posts dizia que Kleinübing fora condenado no âmbito da Operação Tapete Negro, o que não é verdade. Foi o primeiro caso em que a expressão fake news apareceu.

Nas outras duas situações desta pré-campanha, perfis foram excluídos por propaganda eleitoral negativa antecipada. É outro advento das redes sociais, até pouco tempo atrás só se falava em propaganda extemporânea a favor.

Num dos casos, a campanha do candidato à reeleição Mário Hildebrandt (Podemos) solicitou a exclusão de conteúdos que o criticavam no perfil Halley MX, além de um grupo de Whatsapp organizado para distribuir conteúdos contra o prefeito. No outro, Kleinübing solicitou a retirada de conteúdos críticos dos perfis Capivara Linguaruda no Instagram e no Facebook.

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Nos dois casos que envolveram a campanha do Democratas, além da exclusão dos conteúdos, a Justiça Eleitoral ordenou que o Facebook revelasse os autores, escondidos sob pseudônimos. Descobriu-se que o perfil Capivara Linguaruda era mantido por um assessor do deputado estadual e também pré-candidato a prefeito Ricardo Alba (PSL). No episódio mais recente, a identidade do autor ainda não foi revelada.

Anonimato

Redes sociais serão ferramenta essencial para que os eleitores informem-se sobre as candidaturas a prefeito e a vereador neste ano. Com a pandemia de coronavírus restringindo eventos presenciais e o horário eleitoral gratuito dividido entre 12 candidatos — seis deles com menos de 20 segundos diários —, a maioria do eleitorado tende a receber por Facebook, Instagram e Whatsapp os conteúdos sobre eleições.

É triste que, ainda na pré-campanha, a Justiça Eleitoral tenha de intervir sobre a liberdade de manifestação para impedir que o anonimato sirva de proteção a abusos. Infelizmente, não há razão para esperar que o nível melhore à medida em que o dia da votação se aproxima. Dependerá também do eleitor o esforço de filtragem do que é ou não crível.

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