Aprovada a reforma tributária na Câmara dos Deputados, em votação concluída na madrugada desta sexta-feira (7), o bolsonarismo descobre que encolheu. A direita rachou e tem agora dois líderes de oposição: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que preferiu sair na fotografia junto com quem trabalhou pela reforma, e Jair Bolsonaro (PL), o líder da oposição derrotada, a quem a maioria da bancada de Santa Catarina permanece fiel.

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Veja como votou cada deputado de SC na aprovação da reforma tributária

Onze parlamentares de SC votaram contra no primeiro turno, seguindo a posição bolsonarista de contrapor a “reforma do PT”. O governador Jorginho Mello (PL) e lideranças evangélicas do Estado ignoraram as ponderações de Tarcísio e estimularam o apoio a Bolsonaro. Falaram em pressa excessiva na discussão da proposta, que tramita há quatro anos, e em perdas para estados e municípios, contrariando a avaliação do maior estado produtor do país, São Paulo.

Na lista de cinco favoráveis estão os dois petistas (Ana Paula Lima e Pedro Uczai) e dois dos três emedebistas (Carlos Chiodini e Valdir Cobalchini), além de Fábio Schiochet (União).

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Vídeo: Após falar com Bolsonaro, Jorginho diz que é contra Reforma Tributária

Nesta nova fase da direita brasileira, em que o líder capaz de reunir quase metade dos votos nacionais está inelegível e o governador do maior Estado da federação abriu dissidência apontando para um caminho menos extremo, Santa Catarina aferrou-se ao primeiro. Contra a vontade de entidades de empresários e de trabalhadores, economistas dos mais diversos matizes ideológicos, investidores e agricultores.

Poucas vezes um consenso na sociedade foi tão detectável antes de uma votação no Congresso. Se a direita de SC preferiu a oposição sistemática à argumentação, é porque enxerga o embate político com as mesmas lentes de 2018 e 2022. Com ou sem Jair Bolsonaro na liderança.

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