Você sabe onde fica a Via Gastronômica de Blumenau? Se falou Rua Curt Hering, acertou. Quem pensou em Floriano Peixoto, também. Caso tenha passado pela cabeça de alguém a Antônio da Veiga, está correto também. Martin Luther? Sim.
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Tudo isso no papel, é claro.
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Na prática, o comportamento do consumidor e os investimentos privados é que determinam onde bares e restaurantes concentram-se. Mas a Câmara de Vereadores têm se ocupado de conceder esse status a mais e mais ruas por força de lei.
Começou em 2018, quando o movimento crescente na Curt Hering e na Floriano Peixoto foi reconhecido por lei municipal. No ano passado, porém, achou-se por bem estender o caráter de via gastronômica às ruas Antônio da Veiga, Joinville, Almirante Tamandaré e Alberto Stein. Nesta semana, houve nova modificação na lei original: entraram também toda a extensão da Martin Luther e o trecho da São Paulo próximo à Furb.
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São cerca de seis quilômetros de rotas gastronômicas que, a bem da verdade, não existem. O que há são restaurantes e bares espalhados por essas oito vias do Centro e bairros vizinhos.
A norma recente também prevê que os restaurantes das ruas citadas possam ocupar calçadas com mesas e cadeiras — permissão já garantida em outra lei, que abrange a cidade inteira. Ou seja, na prática, o benefício é nulo.
Não que seja má ideia implantar uma Via Gastronômica em Blumenau. Há exemplos de sucesso, como Curitiba e Joinville. Mas para isso é preciso fazer mais do que escrever leis.
Se a boa intenção dos vereadores estivesse conectada com a realidade, engajando os empresários, o setor turístico e o Executivo municipal para empacotar um atrativo, Blumenau teria um projeto estruturado de rota gastronômica. Por enquanto, tem uma lei confusa.
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